A Polícia Federal prendeu, nesta terça-feira (12), um casal no Hotel Sheraton, no Vidigal, Zona Sul do Rio de Janeiro, durante a Operação Caffeine Break, que mira o desvio de produtos químicos para o abastecimento do tráfico de drogas. A ação é fruto de uma investigação que revelou um sofisticado esquema envolvendo o envio de insumos químicos, como cafeína, usados na produção de cocaína e drogas sintéticas.
Os presos foram identificados como Adalberto Alves Santana, de 50 anos, apontado como o chefe logístico da organização criminosa, e Fabiana de Paula Garcia, de 49 anos. O casal havia viajado de São Paulo ao Rio para participar de um torneio de pôquer em um dos hotéis mais luxuosos da cidade, mas acabou surpreendido por agentes federais.
De acordo com a PF, Adalberto era responsável por coordenar o transporte de toneladas de insumos químicos, garantindo que chegassem a laboratórios clandestinos mantidos por facções criminosas. Entre os produtos desviados, a cafeína se destaca por ser um dos principais componentes usados para potencializar e multiplicar o volume de cocaína, além de servir como base para drogas sintéticas, como o MDMA.
A operação foi autorizada pela Justiça Federal, que expediu 20 mandados de prisão, 51 de busca e apreensão, bloqueio de 59 contas bancárias e sequestro de 83 bens ligados ao grupo investigado. O patrimônio total apreendido e bloqueado pode chegar a R$ 72 milhões. Entre os bens, estão imóveis de alto padrão, veículos de luxo e embarcações.
Segundo as investigações, a organização possuía uma rede estruturada para desviar e distribuir produtos químicos de uso controlado. Empresas de fachada eram utilizadas para simular operações comerciais legítimas e justificar a movimentação de grandes quantidades desses insumos, que eram despachados para diferentes estados do país e até para fora dele.
A PF informou que o casal será indiciado por tráfico de drogas, associação para o tráfico e lavagem de dinheiro. Ambos foram levados para a sede da Polícia Federal, no Rio, e, após procedimentos de praxe, devem ser encaminhados a presídios federais.
A Operação Caffeine Break segue em andamento para localizar e prender outros envolvidos, além de aprofundar a investigação sobre o destino dos produtos desviados e os vínculos do esquema com organizações criminosas de alcance nacional.