A Justiça do Rio converteu em preventiva a prisão em flagrante do policial militar que atirou e matou o vendedor de balas Wilson Viana Almeida, de 55 anos. O baleiro foi atingido com um tiro no pescoço durante uma confusão envolvendo o militar, que não foi identificado, e funcionários de um bar, em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio, no último domingo (5). A vítima chegou a passar por cirurgia no Hospital Municipal Rocha Faria, mas não resistiu aos ferimentos e morreu nesta terça-feira (7).
O caso foi registrado como homicídio na 35ªDP (Campo Grande) e as investigações seguem em andamento. A 2ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM) acompanha o caso. O vendedor deixa seis filhos. Em vídeo nas redes sociais, uma das filhas lamentou a morte.
“Se oferecessem todo o dinheiro do mundo para a gente, eu preferia ter meu pai aqui com a gente, porque meu pai era um ótimo pai, um ótimo amigo, uma ótima pessoa, querido por todo mundo (…) É muito difícil falar sobre tudo, porque é revoltante o que aconteceu com o meu pai. Meu pai sai para trabalhar e não volta. Deixou aqui todo mundo, minha mãe, meus irmãos. A gente não sabe o que fazer agora”, desabafou a filha.
Nesta quarta-feira (8), ela e uma irmã estiveram no Instituto Médico Legal (IML) de Campo Grande, para liberar o corpo, que até por volta de 12h, ainda não tinha deixado o local. O enterro de Wilson está previsto para às 14h de hoje, no Cemitério de Irajá, na Zona Norte do Rio. Em entrevista ao RJ1 da TV Globo, elas se queixaram da demora para o socorro do pai, que teria demorado por volta de uma hora.
“Demorou mais de uma hora para alguém socorrê-lo e, enquanto isso, as pessoas saquearam, roubaram tudo, não fizeram nada para ajudar o meu pai. Meu pai sangrou até a morte e a imagem dele não sai da cabeça. As pessoas ficaram mandando fotos, “o que está acontecendo com o seu pai?” Meu pai foi trabalhar, manda uma foto dele trabalhando e não morrendo”, relataram as jovens, que acreditam que o vendedor ainda estaria vivo se a ajuda tivesse sido mais ágil.
“Foi crucial (a demora), porque ele sangrou até a morte e ele poderia estar aqui com a gente hoje, mesmo que sendo cuidado. Mas, a gente preferia cuidar do meu pai, do que estar indo enterrá-lo. Meu pai sempre fez de tudo pela gente e ele prometeu que as coisas iriam melhorar. Ele estava batalhando e trabalhando dia após dia, ele estava fazendo dobras, nem ia para casa, às vezes, para trabalhar mais e conseguir melhorar as coisas para a gente. Ele fazia de tudo pela gente. O coração não está aguentando”, lamentaram.