Na tarde desta quinta feira, a Polícia Civil realizou uma operação de busca nas comunidades do Cesarão e Antares, localizadas no bairro de Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. A ação teve como objetivo localizar os corpos de dois jovens que, segundo informações preliminares, foram sequestrados e assassinados por integrantes de uma milícia que atua na região.
De acordo com fontes da investigação, os dois rapazes desapareceram recentemente e foram vistos pela última vez em áreas controladas por grupos paramilitares. Um dos jovens era morador do bairro de Cosmos e o outro residia na comunidade do Gouveia. Familiares relataram o sumiço às autoridades, e desde então, a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) passou a investigar o caso.
A operação de hoje contou com apoio de equipes do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) e do 27º BPM (Santa Cruz), que cercaram os acessos principais às comunidades enquanto os agentes da Polícia Civil avançavam pelas vielas em busca de pistas. Cães farejadores também foram usados para tentar localizar os corpos.
Moradores das regiões envolvidas relataram momentos de tensão durante a ação. Muitos permaneceram dentro de casa, com medo de confrontos. “A gente vive com medo. Esses grupos fazem o que querem e, quando a polícia aparece, é sempre no meio de tiroteio”, contou uma moradora que preferiu não se identificar.
A presença de milicianos em bairros da Zona Oeste tem sido um dos maiores desafios das forças de segurança no Rio de Janeiro. Esses grupos impõem um regime de terror à população, cobrando taxas ilegais por serviços como transporte alternativo, gás e TV a cabo, além de estarem envolvidos em execuções e desaparecimentos.
Até o momento, os corpos dos jovens ainda não foram encontrados, mas as buscas continuam. A Polícia Civil informou que já tem informações importantes sobre os responsáveis pelos crimes e que novas diligências serão feitas nos próximos dias.
O caso reforça o alerta sobre o avanço da milícia em diversas comunidades da Zona Oeste e o quanto a população local segue refém do medo e da violência. As famílias das vítimas agora aguardam por justiça e por respostas que expliquem tamanha brutalidade.