Uma investigação da Polícia Civil revelou um esquema fraudulento envolvendo um frigorífico de Porto Alegre (RS), que teria vendido carne estragada reembalada como produto importado de alta qualidade do Uruguai. De acordo com as autoridades, a empresa Tem Di Tudo Salvados, especializada na compra de mercadorias com avarias, adquiriu 800 toneladas de proteína animal sob a alegação de que o destino final seria a produção de ração. No entanto, a carga acabou sendo revendida para açougues e supermercados, colocando em risco a saúde da população.
A operação policial, deflagrada após denúncias anônimas e inspeções sanitárias, revelou que a carne, já considerada imprópria para o consumo humano, estava sendo “maquiada” com novas embalagens e rótulos falsificados. A investigação aponta que a estratégia da empresa era revender o produto como carne premium importada do Uruguai, enganando consumidores e comerciantes que acreditavam estar adquirindo um item de alta qualidade.
Fraude e riscos à saúde pública
Segundo os investigadores, o frigorífico responsável pela venda inicial da carga sabia das condições da mercadoria e, mesmo assim, seguiu com a negociação. Os lotes de carne, que deveriam ter sido destinados à fabricação de ração animal, foram desviados e distribuídos em diversos estabelecimentos do Rio Grande do Sul e de outros estados.
Autoridades de saúde alertam que o consumo de carne deteriorada pode causar sérios problemas de saúde, como intoxicações alimentares, infecções gastrointestinais e outras complicações graves. “Estamos diante de um crime que expôs a população a riscos desnecessários. Além disso, há um impacto econômico negativo para comerciantes que, sem saber, adquiriram um produto de origem duvidosa e podem enfrentar problemas legais e sanitários”, afirmou um dos delegados responsáveis pelo caso.
Prisões e investigações em andamento
A polícia já realizou diversas apreensões e prendeu alguns envolvidos no esquema, incluindo funcionários do frigorífico e representantes da empresa compradora. As investigações continuam para identificar outros participantes e mapear a extensão dos danos causados.
Os responsáveis podem responder por crimes contra a relação de consumo, falsificação de produtos alimentícios e crimes contra a saúde pública, com penas que podem chegar a mais de 10 anos de prisão.
Enquanto isso, órgãos de fiscalização intensificam as inspeções em açougues e supermercados para localizar e recolher a carne adulterada. Consumidores que suspeitarem de produtos com origem duvidosa são orientados a denunciar às autoridades competentes.
 
			 
			


