A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) e o Ministério Público estadual (MPRJ) fazem, desde as primeiras horas da manhã desta quinta-feira, a Operação Porto Firme, contra envolvidos em uma milícia de Vargem Grande, Vargem Pequena e adjacências, na Zona Oeste do Rio. Dentre os alvos estão dois PMs, suspeitos de liderarem o grupo paramilitar.
São 16 mandados de prisão e 51 de busca e apreensão, que estão sendo cumpridos em vários endereços do Rio. Os mandados foram autorizados pela 1ª Vara Criminal Especializada da Capital.
Até o momento, cinco pessoas foram presas, dentre elas um dos policiais militares investigados, o cabo Fernando Mendes Alves, conhecido como Biro, que atua no Centro Presente. O outro PM alvo é o oficial Leonardo Magalhães Gomes da Silva, o Capitão Léo, que continua sendo procurado.
De acordo com o MPRJ, Capitão Léo é líder da quadrilha e Biro o número 2 da organização criminosa. Escutas telefônicas autorizadas pela Justiça demonstraram que Biro é responsável por garantir a proteção dos demais membros do grupo para que estes pudessem continuar praticando delitos, sem que fossem incomodados, inclusive intervindo em ações da Polícia Civil.
ATUAÇÃO
A milícia da região se aliou a traficantes de drogas para ambos os grupos exercerem o domínio sobre moradores e comerciantes. Os criminosos agem praticando agiotagem, extorsão, corrupção, tráfico de drogas e de armas, homicídios e grilagem de terras.
Ainda de acordo com o Ministério Público, criminosos é conhecida na região por agir com extrema violência e uso de armas de fogo. A quadrilha não tem uma diferenciação rígida entre as tarefas exercidas por seus integrantes. O bando tem uma hierarquia e cada um tem sua função, através de núcleos; são eles:
1. Chefia: Capitão Léo e Biro
2. Gerência: três milicianos
3. Operacional: todos os demais integrantes, exercendo tarefas como as de “vapor” e “olheiro”, através da principal atividade econômica do bando, a venda de drogas
Também foi constatado que o grupo executava ações destinadas à proteção de seus integrantes contra inimigos, agindo com violência, intimidação ou até mesmo com a morte dos seus rivais.
MORTES
As investigações para a operação começaram no fim de 2018, a partir da morte de Marcus Vinícius Calixto. Marcus teria sido morto por se apor aos interesses dos milicianos.
A bando é investigado também pelo envolvimento da chacina que deixou quatro mortos e dois feridos na Rua Manhuaçu, em Vargem Grande, no último dia 7 de junho. Na ocasião, criminosos em uma moto atiraram contra as vítimas.



