O Rio de Janeiro enfrenta mais um episódio de violência extrema. Na noite deste domingo (30), o policial da Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE), João Pedro Marquini, de 38 anos, foi assassinado a tiros na Estrada de Guaratiba, próximo ao Túnel da Grota Funda, na Zona Oeste da cidade. O crime, que choca a segurança pública, ocorreu quando criminosos fortemente armados atacaram seu veículo e fugiram em direção à Comunidade César Maia.
Marquini era casado com a juíza Tula Mello, do III Tribunal do Júri do Rio de Janeiro. No momento do ataque, ambos estavam em carros diferentes. Enquanto o veículo do policial foi atingido por disparos fatais, o da magistrada também foi alvejado, mas, por ser blindado, ela saiu ilesa.
Execução brutal e incertezas sobre a motivação
De acordo com informações preliminares, a Delegacia de Homicídios (DH) foi acionada para investigar o caso. O principal questionamento das autoridades é se o ataque foi resultado de uma tentativa de assalto ou se o casal se deparou com um bonde de criminosos armados.
Testemunhas relataram que os bandidos utilizavam fuzis e pistolas, demonstrando uma estrutura de ataque organizada e violenta. O policial chegou a reagir, mas não resistiu à intensa troca de tiros. A região onde ocorreu o crime é conhecida pelo histórico de violência e disputas territoriais entre facções criminosas.
Operação imediata e confronto com criminosos
Logo após o homicídio, a CORE iniciou uma grande operação na Comunidade César Maia, um dos principais redutos do crime organizado na Zona Oeste. Durante décadas, essa região foi dominada por grupos paramilitares, mas há mais de um ano passou para o controle da facção C0mando V3rmelho (C/V).
Moradores relataram intensa movimentação policial, com helicópteros sobrevoando a área e agentes fortemente armados fazendo incursões em busca dos responsáveis pelo crime. A polícia ainda não divulgou se houve prisões ou baixas na operação.
O impacto na segurança e o aumento da violência
A morte de Marquini levanta um alerta sobre a escalada da violência no Rio de Janeiro, especialmente na Zona Oeste, região onde a guerra entre milicianos e traficantes tem se intensificado. O caso também reforça a vulnerabilidade de agentes de segurança, mesmo os de elite, diante do poder de fogo das organizações criminosas.
O assassinato do policial da CORE também gera preocupação no meio jurídico, dado que sua esposa é uma juíza atuante no Tribunal do Júri. O crime pode sinalizar uma nova fase de ameaças contra representantes da Justiça e forças de segurança.
Enquanto a polícia intensifica as investigações, familiares, colegas de farda e amigos de Marquini lamentam a perda de um profissional que dedicou sua vida ao combate ao crime. O enterro do agente deverá acontecer nos próximos dias, em meio à dor e à revolta de quem testemunha a crescente violência que assola o estado.