A Prefeitura do Rio de Janeiro anunciou nesta terça-feira (28) uma ampliação da faixa etária para a vacinação contra a dengue. A partir de fevereiro, jovens entre 10 e 16 anos poderão ser vacinados, aumentando o limite anterior, que atendia adolescentes de 10 a 14 anos. A decisão foi divulgada pelo secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, e tem como objetivo intensificar a imunização, sobretudo após a confirmação da primeira morte por dengue no município em 2025.
De acordo com Soranz, a prefeitura possui em estoque cerca de 100 mil doses da vacina contra a dengue, destinadas a pessoas que deveriam ter completado o esquema vacinal, mas não retornaram para a segunda dose. A ampliação da faixa etária busca não apenas aumentar a cobertura vacinal, mas também aproveitar as doses disponíveis antes que sejam descartadas por prazo de validade.
“Dengue é sempre uma preocupação no verão, mas este ano temos números muito menores do que no ano passado, quando enfrentamos uma epidemia no Rio e no Brasil. Mesmo assim, a situação merece atenção, já que o número de casos em São Paulo é preocupante. Lá, já foram registrados 58 mil casos, e há a circulação da dengue tipo 3, que pode chegar ao Rio a qualquer momento”, alertou o secretário.
Primeira morte por dengue em 2025: um sinal de alerta
A confirmação da primeira morte por dengue no Rio de Janeiro em 2025 reforça a necessidade de ações preventivas. A vítima foi um homem de 38 anos, morador de Campo Grande, na Zona Oeste, região que concentra parte significativa dos casos notificados na cidade. Até o momento, foram registrados cerca de mil casos de dengue no município neste início de ano.
Embora os números sejam menores que os de 2024, quando uma epidemia de dengue atingiu a cidade, o avanço da doença em outras regiões do país preocupa. Em São Paulo, por exemplo, o aumento expressivo de casos e a presença da dengue tipo 3, uma das variações do vírus que pode causar quadros mais graves, ligaram o alerta para as autoridades de saúde cariocas.
“Estamos monitorando de perto a situação e intensificando as ações de combate ao mosquito Aedes aegypti. A ampliação da faixa etária para vacinação é uma das estratégias para evitar que os casos avancem no Rio, especialmente com a chegada do período de chuvas, que aumenta os criadouros do mosquito”, destacou Soranz.
Campanha de conscientização e mobilização da população
Além da ampliação da vacinação, a Prefeitura do Rio promete intensificar as campanhas de conscientização sobre a importância de evitar criadouros do Aedes aegypti. Entre as medidas de prevenção recomendadas estão o descarte correto de lixo, a limpeza de caixas d’água e calhas, e a eliminação de recipientes que possam acumular água.
Outro ponto ressaltado pela Secretaria de Saúde é a necessidade de que as pessoas que tomaram a primeira dose da vacina retornem para completar o esquema vacinal. A imunização só é eficaz quando as duas doses são aplicadas, garantindo a proteção contra o vírus. “A vacina contra a dengue é uma ferramenta fundamental, mas só funciona se o ciclo for completado. Temos 100 mil doses esperando por essas pessoas, e precisamos do engajamento da população para não perder essa oportunidade”, enfatizou Soranz.
O papel da população no combate à dengue
Enquanto as autoridades ampliam os esforços, a colaboração da população é essencial para conter o avanço da doença. A Secretaria de Saúde reforça que a prevenção ainda é a melhor arma contra a dengue. Além de adotar medidas para eliminar criadouros, é importante que as pessoas fiquem atentas aos sintomas da doença, como febre alta, dores no corpo, manchas vermelhas na pele e dores atrás dos olhos.
Nos casos suspeitos, a recomendação é buscar atendimento médico imediato, evitando a automedicação, que pode agravar os sintomas. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são fundamentais para prevenir complicações.
Dengue no Rio e no Brasil: o cenário atual
A dengue continua sendo uma preocupação de saúde pública no Brasil, especialmente durante o verão, quando o calor e as chuvas favorecem a proliferação do Aedes aegypti. No Rio de Janeiro, a redução dos casos em relação a 2024 é um indicativo positivo, mas a circulação de novos sorotipos do vírus em estados vizinhos, como São Paulo, aumenta o risco de uma nova onda de contaminações.
A ampliação da vacinação para jovens de 10 a 16 anos é uma medida importante, mas que precisa ser acompanhada por outras ações integradas, como o fortalecimento das equipes de vigilância em saúde, campanhas de mobilização social e intensificação das fiscalizações para eliminar criadouros do mosquito.
Vacina: quem pode tomar e como se vacinar
A vacina contra a dengue está disponível nos postos de saúde do município para jovens de 10 a 16 anos que já tenham histórico prévio de dengue confirmado por exame laboratorial. A imunização é contraindicada para pessoas que nunca tiveram a doença, já que a vacina pode aumentar o risco de complicações em casos futuros de infecção.
Para se vacinar, é necessário apresentar um documento de identificação, comprovante de residência e, se possível, exames que comprovem o diagnóstico prévio de dengue. Os postos de vacinação funcionarão de segunda a sábado, e a Secretaria de Saúde orienta que as pessoas cheguem cedo para evitar filas.
Com a chegada do verão e o aumento do risco de transmissão, a vacinação, somada às medidas de prevenção, será crucial para evitar novos casos graves e mortes pela doença. A ampliação da faixa etária é um passo importante, mas o combate à dengue exige a união de esforços entre poder público e população.