Em meio à crise da saúde no Rio, o prefeito Marcelo Crivella assinou esta semana um decreto com um corte de mais R$ 400 milhões do orçamento na área, como mostrou o RJ1 nesta sexta-feira (22).
A decisão repercutiu negativamente na Câmara de Vereadores e também entre os pacientes que aguardam atendimento nas unidades de saúde do município.
Segundo dados do Sistema de Finanças e Contabilidade da Prefeitura, o corte representa mais de 8% de todo o orçamento previsto para a saúde neste ano. De acordo com o vereador Paulo Pinheiro (PSOL), a crise que já é grave nessa área, pode piorar ainda mais.
“Cortar recursos do orçamento de determinada secretaria. Isto é uma repetição do que ele[prefeito] vem fazendo desde o início da sua gestão. Ou a prefeitura revê o que está fazendo ou a prefeitura gasta o que é necessário ou nós teremos um ano de caos completo, pior do que foi 2018 na saúde”, disse o vereador.
Caixa apertado
A área da saúde também sofre com pendências e dívidas que ficaram do ano passado e que podem deixar o setor com o caixa ainda mais apertado.
De acordo com dados da prefeitura, o total previsto para a saúde em 2019 era de R$ 5,3 bilhões. Com o corte de R$ 400 milhões e mais R$ 400 milhões das dívidas acumuladas de 2018, sobram R$ 4,4 bilhões. Seriam R$ 600 milhões a menos do que a secretaria se comprometeu a usar na saúde no ano passado.
A prefeitura do Rio admitiu que tirou R$ 416 milhões do orçamento para a área da saúde. Segundo a administração municipal, R$ 156 milhões são referentes às Organizações Sociais (OSs) e argumenta que realizou os cortes para respeitar a Lei de Responsabilidade Fiscal. Segundo a prefeitura, o trabalho é para aumentar as receitas e liberar recursos para a saúde.
Transtorno para pacientes
A crise na saúde do Rio envolve UPAs, Clínicas da Família e hospitais municipais. Um dos exemplos mostrados na reportagem é do aposentado Carlos Alberto dos Santos. A irmã dele, internada há quase um mês no Hospital Rocha Faria, em Campo Grande, na Zona Oeste, precisa de ajuda urgente já que o número de plaquetas no sangue está muito baixo.
Essa é uma das situações que os cariocas já se acostumaram a ver na rede municipal: corredores lotados, equipamentos quebrados, falta de leitos e pacientes esperando atendimento.
Segundo a Secretaria de Saúde, a irmã do aposentado está no Hospital Rocha Faria recebendo o tratamento para a doença hematológica pelo Hemorio e que aguarda vaga para transferência.