A Prefeitura do Rio de Janeiro anunciou, nesta segunda-feira (16), a demissão de 20 profissionais da saúde que estavam de plantão na última sexta-feira (13) na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Cidade de Deus, na Zona Oeste da capital. A decisão foi tomada após a morte de um homem que aguardava atendimento no local, o que gerou revolta e indignação entre familiares e moradores da região.
De acordo com informações preliminares, o paciente chegou à unidade em estado grave e necessitava de atendimento imediato. No entanto, ele permaneceu esperando por tempo indeterminado até que veio a óbito na sala de espera da UPA. Testemunhas relatam que a unidade estava com movimento intenso, mas que a demora no socorro foi determinante para a fatalidade.
A Secretaria Municipal de Saúde afirmou, em nota oficial, que a medida de desligamento dos profissionais é resultado de uma sindicância interna emergencial. “É inadmissível que situações como esta ocorram em uma unidade de saúde pública. Todos os profissionais envolvidos no plantão do dia 13 foram desligados, e vamos reforçar a fiscalização e o compromisso com o atendimento digno à população”, destacou o comunicado.
Ainda segundo a prefeitura, novas equipes já foram convocadas para substituir os profissionais demitidos e garantir que o funcionamento da UPA não seja interrompido. A Secretaria também informou que será feita uma avaliação rigorosa das condições de trabalho e atendimento na unidade, com o objetivo de evitar novas tragédias.
Familiares da vítima, que preferiram não se identificar, relataram que buscaram informações com a equipe médica durante o atendimento, mas encontraram resistência e falta de clareza. “Ele estava muito mal, dava para ver que precisava de ajuda urgente, mas ninguém agiu. Isso não é aceitável”, desabafou um parente.
Moradores da Cidade de Deus realizaram um protesto em frente à UPA no domingo (15), pedindo justiça e melhorias no atendimento. Eles alegam que os problemas de demora, falta de estrutura e superlotação são recorrentes na unidade e que a situação precisa de uma solução definitiva.
O caso repercutiu nas redes sociais, com muitos internautas criticando a postura dos profissionais de saúde e a gestão pública. Especialistas, no entanto, alertam que a demissão em massa pode não resolver os problemas estruturais enfrentados pelo sistema de saúde, que carece de investimentos e de melhores condições de trabalho.
A Prefeitura do Rio reforçou o compromisso de apurar todos os detalhes do ocorrido e garantiu que novas medidas serão tomadas para prevenir situações semelhantes. O caso segue sendo investigado pela Secretaria Municipal de Saúde.