Em um gesto simbólico e potente, a primeira-dama Janja Lula da Silva esteve em Nova Iguaçu (RJ) nesta quinta-feira, 3 de julho de 2025, acompanhada das ministras Anielle Franco (Igualdade Racial) e Margareth Menezes (Cultura). As três participaram de um evento marcante no terreiro Ilê Axé Omiójuarô, em meio a lideranças religiosas, representantes da sociedade civil e autoridades.
A visita fez parte do lançamento do Edital Mãe Beata de Iemanjá, promovido pelo Ministério da Igualdade Racial, que irá financiar 54 projetos desenvolvidos por terreiros e comunidades tradicionais de matriz africana. A proposta do edital é fortalecer ações de justiça ambiental, valorizando o papel histórico das religiões afro-brasileiras na preservação do meio ambiente. As inscrições foram abertas em 4 de julho, e cada estado poderá selecionar duas iniciativas para apoio financeiro.
Além da política pública concreta, o encontro integra as atividades do Julho das Mulheres Negras, e contou com o apoio da UFRJ, da Fundação José Bonifácio e da UFRGS, reforçando a aliança entre governo e universidades na defesa dos direitos sociais, culturais e ambientais dos povos tradicionais.
Durante o evento, as autoridades participaram de uma Roda de Diálogo com representantes de terreiros e da sociedade civil, debatendo os desafios enfrentados pelas mulheres negras e a importância das tradições africanas na luta contra a desigualdade e as mudanças climáticas.
A ministra Anielle Franco destacou o poder da ancestralidade:
“É na ancestralidade e no respeito que se reafirma os nossos direitos.”
Já Margareth Menezes celebrou o momento como um marco da reconstrução do Ministério da Cultura, com ênfase na valorização da cultura afro-brasileira, indígena e cigana, pilares identitários do Brasil.
Janja, por sua vez, emocionou ao afirmar:
“As mulheres de religiões de matriz africana são grandes protetoras do meio ambiente e articuladoras de ações de adaptação às mudanças climáticas.”
O evento também marcou a concessão da honraria Mãe Beata de Iemanjá à religiosa Beatriz Moreira Costa, uma das mais respeitadas lideranças do candomblé no Brasil, reconhecida por sua luta pela dignidade dos povos tradicionais e sua atuação em defesa do meio ambiente.
A presença de Janja e das ministras no Ilê Axé Omiójuarô reforça o compromisso do governo federal com a valorização das religiões afro-brasileiras, a promoção da equidade racial e a urgência das pautas climáticas e ambientais, especialmente com o protagonismo das mulheres negras.
Mais do que um ato simbólico, a visita representa um importante diálogo entre o poder público, a fé ancestral e os direitos humanos, em um país que busca resgatar e respeitar suas raízes.