O carioca acordou cedo para aproveitar o primeiro domingo de reabertura de áreas de lazer no Rio de Janeiro durante a pandemia, com direito a sol forte e céu azul. E, pelo visto, o contato com a natureza estava fazendo falta…No Parque Lage, no Jardim Botânico, que, desde a última quinta-feira, após autorização de uma portaria do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), passou a abrir das 10h às 17h (ao invés de das 9h às 17h), havia fila de quase um quarteirão para entrar. O local estava fechado desde o dia 17 de março, para conter a disseminação do novo coronavírus.
Em tempos de pandemia, o protocolo é rígido: só entram 200 pessoas por hora. A cada dez que saem, outras dez podem entrar. No palacete, onde está a piscina, o bistrô Plage e a loja de design, também abertos, o limite máximo é de 100 pessoas. Há sinalização e totens de álcool gel por toda parte. A temperatura de cada visitante é aferida com um termômetro digital logo na entrada: quem estiver com mais de 38 graus, não entra. Quem estiver sem máscara, também não. E é indispensável higienizar a mão com álcool gel antesde entrar.
– Nosso protocolo de reabertura foi elaborado com base nas orientaçoes da Organização Mundial de Saúde (OMS), do decreto municipal e das recomendações da secretararia estadual de Saúde. Tivemos que readequar a nossa realidade. Ontem, recebemos 868 visitantes. Antes da pandemia, recebíamos quase o dobro num sábado – afirma Yole Mendonça, diretora da Escola de Artes Visuais (EAV) do Parque Lage, que seguirá fechada e com aulas on-line neste segundo semestre.
No palacete, onde está o bistrô Plage e a loja de design, também abertos, o limite máximo é de 100 pessoas. Há controle ainda para fazer a famosa foto com a piscina ao fundo e o Cristo no alto. A jornalista Annete Perorazio era das que estavam na fila com o marido, o bancário Leonardo Charles, e a filha do casal, Laura, de 2 meses. O local tem um significado especial para eles.
— Em 2009, quando começamos o nosso relacionamento, preparei uma surpresa para Leonardo no dia dos namorados aqui. Desde então, temos o costume de vir anualmente. Tive minha filha em meio à pandemia, estava presa em casa até agora, então foi muito simbólica para nós essa visita — conta Annete, acrescentando que se sentiu segura durante a experiência. — Todos os funcionários estão usando máscara e face shield e o controle está muito rígido.
O Jardim Botânico e o Parque Nacional da Tijuca também estão abertos. Na Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão, o primeiro domingo com a reabertura dos parques trouxe movimento, ainda que abaixo do normal para um fim de semana de sol. Famílias passeavam e outros faziam exercícios físicos.
Muitas pessoas ainda estavam sem máscaras ou usavam o equipamento de forma errada, abaixo do nariz ou as carregando nas mãos. Para o açougueiro Rodrigo Luiz, que foi ao local com a mulher e as duas filhas sem máscaras, a sensação é de segurança:
– Na nossa comunidade, é bem mais fácil ter aglomeração. Nos sentimos mais seguros aqui do que lá. Usamos a máscara em outros ambientes, como os fechados e os que têm mais gente.
Quanto à fiscalização para o uso da máscara, ele também disse não ter se sentido ameaçado.
– Não vi guardas e nenhum tipo de fiscalização até agora por aqui. Aqui é difícil ficar cheio – avalia Rodrigo.
Já o Parque Madureira segue fechado e, segundo o segurança do local, não tem previsão para reabrir. Precisa de ajustes operacionais. Segundo a prefeitura, estão proibidas as práticas de piquenique, comemorações e eventos nestes locais.