Um professor de geografia foi demitido, na última semana, após criticar o presidente Jair Bolsonaro. O caso aconteceu em São José dos Campos (SP), na escola Poliedro, uma das mais tradicionais da cidade.
O caso aconteceu durante uma aula de ensino médio. O educador foi filmado, sem consentimento, por um dos alunos.
“Já parou pra pensar que esse imbecil que ganhou porque foi a maioria que votou? Então foi democrático, certo? […] Mas sabe o que é pior? É quando a maioria que ganhar quer que a outra parte se f*. Se a maioria ganha e quer ajudar o resto, é uma coisa, mas quando a maioria ganha e quer que o preto se ferre, o pobre se ferre, o gay se ferre e a mulher se ferre, aí é pior que uma ditadura”, disse o docente, que criticou também a primeira-dama, Michelle Bolsonaro.
“Lembra que a mulher dele foi lá, linda, fazer discurso pra surdo? O que ele fez no dia seguinte? Ele excluiu a pasta que cuida dos direitos de todos os surdos”, disse.
Por meio de nota, a escola informou que procura zelar “pelo ambiente de aprendizagem e estabelece regras para professores e alunos”.
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A assessoria de imprensa esclareceu que tais regras incluem usar uma linguagem adequada ao ambiente acadêmico e evitar posicionamento político-partidário ou ideológico que possa provocar qualquer compreensão equivocada sobre o que é conteúdo programático da disciplina e aquilo que é opinião do professor.
A direção não informou se o aluno foi penalizado, mas destacou que não é permitido, sem autorização do professor, que os alunos usem aparelhos eletrônicos para gravar ou filmar as aulas e tampouco aprova qualquer atitude que possa coibir a atividade docente em suas diferentes dimensões.