A decisão de proibir o uso de celulares nas escolas começou como uma tentativa de melhorar a concentração dos alunos em sala de aula. No entanto, o impacto da medida foi além do esperado. Um levantamento recente mostra que, após a proibição, houve um aumento de 40% na presença de estudantes nas bibliotecas escolares.
O dado surpreendeu até os educadores mais otimistas. Com menos distrações tecnológicas, os alunos passaram a buscar outras formas de ocupar o tempo livre durante os intervalos e períodos ociosos – e muitos redescobriram o prazer da leitura e do ambiente tranquilo das bibliotecas.
“Percebemos que, nas primeiras semanas após a proibição, os alunos estavam inquietos, tentando se adaptar. Mas, com o tempo, eles começaram a explorar novos espaços da escola. A biblioteca, antes quase vazia, passou a ser um ponto de encontro”, conta Maria Clara Silveira, coordenadora pedagógica de uma escola pública no Rio de Janeiro.
Além da leitura de livros, os alunos também começaram a utilizar os espaços das bibliotecas para estudos em grupo, atividades de reforço escolar e até debates informais sobre temas discutidos em sala. Professores relatam que o interesse por livros de literatura, ciência e história aumentou consideravelmente.
Segundo especialistas em educação, o uso excessivo de celulares nas escolas vinha dificultando a socialização e prejudicando o desempenho acadêmico. “Os celulares competem diretamente com a atenção dos alunos. Ao remover essa distração, abrimos espaço para que eles se reconectem com outras formas de aprendizado e convivência”, explica o pedagogo Rafael Mendes.
A medida, embora tenha enfrentado resistência inicial por parte dos estudantes, agora é vista com mais naturalidade. Muitos pais também relatam mudanças positivas no comportamento dos filhos, que passaram a demonstrar mais interesse pelos estudos e por atividades extracurriculares.
O crescimento na procura pelas bibliotecas tem incentivado escolas a revitalizar esses espaços, com novos livros, ambientes mais acolhedores e até clubes de leitura mediados por professores ou alunos veteranos.
A experiência está sendo considerada um exemplo de como pequenas mudanças de rotina podem gerar grandes transformações no ambiente escolar. E, ao que tudo indica, os livros estão reconquistando seu espaço — e sua importância — entre os jovens.