Nove ônibus incendiados, agências bancárias depredadas e lojas saqueadas, pedaços de madeira e objetos jogados pelas principais ruas do Centro do Rio de Janeiro. E sangue. Três pessoas feridas. As cenas de destruição foram o saldo da série de protestos que ocorreu, na cidade, nesta sexta-feira.
O ato pacífico de trabalhadores marcado para o fim da tarde desta sexta-feira (28), na Cinelândia, foi esvaziado e deu lugar à fumaça do gás de pimenta e das bombas de efeito moral. Eles protestavam contra as reformas trabalhista e da Previdência.
O primeiro ato, em frente à Assembleia Legislativa, transcorria normalmente, quando uma confusão começou. A Polícia Militar entrou em confronto com mascarados, e o protesto se dispersou por ruas do centro.
Um grupo se deslocou para a Avenida Rio Branco, uma das principais do Rio, e houve novo confronto. Policiais da Tropa de Choque, com o apoio de um blindado, avançaram. O professor Anderson Oliveira disse que a PM atacou de surpresa.
A Polícia Militar informou que reagiu ao que chamou de “ação de vândalos” infiltrados entre os legítimos manifestantes. Mas a ação de policiais foi duramente criticada. A OAB a chamou de “violenta” e “injustificada” e disse que houve uma perseguição a manifestantes pelas ruas.
Só em frente à Sala Cecília Meirelles, uma das principais casas de concertos do Rio, foram quatro ônibus incendiados.
No fim do dia, também houve protesto no Viaduto do Gasômetro, na Rua Voluntários da Pátria, em Botafogo, e até no Aeroporto Santos Dumont. Um grupo ocupou o saguão de embarque e houve confusão, quando bombas explodiram, fazendo com que seguranças agissem.