O presidente da Rússia, Vladimir Putin, declarou nesta quarta-feira que apoia um cessar-fogo na Ucrânia, mas destacou que algumas condições precisam ser atendidas para que a guerra chegue ao fim. O líder russo também aproveitou a oportunidade para agradecer a vários países, incluindo o Brasil, pelo posicionamento diante do conflito.
Putin afirmou que está disposto a negociar um acordo que traga estabilidade à região, mas que a Ucrânia e seus aliados ocidentais precisam reconhecer territórios ocupados pela Rússia como parte definitiva do país. “A paz é possível, mas deve ser baseada na realidade do campo de batalha”, declarou o presidente russo em um discurso televisionado.
Outro ponto enfatizado por Putin é a necessidade de a OTAN interromper seu suporte militar a Kiev, um fator que, segundo ele, tem prolongado o conflito. “Se o Ocidente realmente deseja a paz, deve parar de armar a Ucrânia e incentivá-la a dialogar sobre um acordo justo”, afirmou.
Em um momento incomum, Putin aproveitou a ocasião para expressar gratidão a alguns países que, segundo ele, mantiveram uma postura equilibrada diante da guerra. O Brasil foi um dos citados, ao lado da China, Índia e alguns países africanos. “Agradecemos aos países que buscam uma solução pacífica e que não cederam à pressão dos Estados Unidos e da União Europeia”, disse o presidente russo.
A menção ao Brasil reforça a importância do país no tabuleiro geopolítico internacional, especialmente em meio à sua atuação no BRICS. O governo brasileiro tem defendido soluções diplomáticas para o conflito, evitando tomar lados de maneira mais contundente.
Apesar da declaração de Putin, especialistas apontam que um cessar-fogo definitivo ainda está distante. O governo ucraniano, liderado por Volodymyr Zelensky, já rejeitou qualquer acordo que envolva a cessação de territórios para a Rússia. Além disso, os aliados ocidentais seguem comprometidos em fornecer armas e suporte financeiro a Kiev.
Enquanto as negociações seguem incertas, o mundo observa atentamente os próximos desdobramentos e os impactos que a posição russa pode ter na dura realidade do conflito.