.
QUE HISTÓRIA DE VIDA DO MICHAEL, JOGADOR DO GOIÁS. NUNCA DESISTA DOS SEUS SONHOS
Maconha, cocaína e álcool faziam parte do dia-a-dia de Michael. Ao mesmo tempo em que era usuário, também traficava para manter o consumo. Uma vida desregrada que quase foi interrompida como consequência pelos crimes que cometeu. Em entrevista, o camisa 11 do Goiás, sensação do futebol goiano e alvo de clubes como o Santos, abre o jogo sobre drogas, vida, recuperação e revela que quase foi assassinado seis vezes.
“Tentaram me matar seis vezes. Eu era muito brigão no terrão, sempre fui custoso, ‘galudinho’. Também era por tráfico. Acabei vendendo droga, acabei fumando e acabei roubando. Fiz muitas coisas e não tenho orgulho. Não tenho orgulho, não. Mas foram coisas que aconteceram na minha vida e eu peço perdão”, disse o jogador.
Atualmente com 23 anos de idade, Michael ingressou na vida mais pesada aos 16 anos, quando trocou Poxoréu, interior do Mato Grosso, por Goiânia. Uma rotina que era no futebol de várzea, com dois maços (embalagem com 20 cigarros) de cigarro por dia, 18 a 20 latas de cerveja e doses de cachaça.
Michael conta que tudo isso faz parte do passado. Desde 2016, mudou completamente de vida e que não sente nenhuma saudade do antigo comportamento.
“Eu fui um merda, um lixo. Mas Jesus jogou o lixo fora. Hoje tem clubes grandes interessados em mim. Eu não quero sair do Goiás, mas fico feliz porque eu não era nada e sou alguém. As pessoas falavam que eu com 22 anos, eu ia morrer, que eu não ia viver a velhice. Hoje, com 23 anos, eu sustento a minha vida. Isso é gratificante. Eu choro todos os dias. Eu vejo a minha história sempre antes de entrar em campo. Olho no espelho e falo que nada neste jogo vai ser mais difícil do que foi na minha vida”, confidenciou.
Sobre o uso de drogas, Michael diz que usava para se divertir, que não era para fugir de uma realidade de dificuldades.
“Era vício. Eu fumava e bebia por vício. Não era para amenizar nada. Era tomado pelo diabo. Era sem-vergonhice, safadeza mesmo. Eu entrei nas drogas por isso. Meu pai sempre trabalhou e me deu tudo que podia, não o que eu queria. Eu entrei por vagabundagem, safadeza. Eu não precisava, mas a maioria das pessoas não precisa. Faz por vagabundagem mesmo. Eu, hoje, dou valor ao meu pai e mãe. Errei, mas o importante é tomar uma atitude e parar”.
Longe das drogas, Michael se tornou uma realidade e a garantia de um futuro promissor para o Goiás. Recentemente, o clube rejeitou uma proposta de R$ 15 milhões do Santos. A multa rescisória do atacante é de R$ 32 milhões, mas a diretoria esmeraldina quer elevar o valor para R$ 50 milhões.
Principal jogador do time, o jogador acredita que as dificuldades da vida facilitarão os desafios dentro de campo.
“Até hoje eu tenho marcas no corpo. Nada do que eu apanhar em campo vai ser mais doloroso que no terrão. Lá era complicado. Sabe aquelas águas de alambique? Aquilo arde demais! Eu tomava todos os dias e passava no corpo. Mas foi bom porque eu aprendi a apanhar. O terrão me preparou para eu não sofrer tanto no campo”, concluiu