A trama ‘As Aventuras de Poliana’, novela do SBT não fez muito bem ao ator Nando Cunha, 52 anos. Ele afirma que teria sido vítima de assédio moral na época em que atuava na novela. Ele afirma que descobriu pelo WhatsApp que o seu personagem iria morrer.
O assédio teria ocorrido nos bastidores, e segundo ele teria sido protagonizado por uma produtora de elenco:
“Na prova de figurino, me deram qualquer tênis e qualquer roupa para usar sem nem me ouvir. Além disso, uma produtora de elenco colocou o dedo na minha cara dizendo que eu não tinha de questionar nada, que tinha de fazer o que ela mandava. Desculpa, mas ninguém manda em mim. Tenho 28 anos de carreira. Eu só tenho de acatar ordens da direção, que na verdade são de direcionamento de ator”, desabafou Cunha. Seu personagem Ciro morre no capítulo de hoje.
O SBT afirma que a morte do personagem já estava prevista. “Provavelmente o ator imaginou que seu desempenho poderia reverter a história, o que não ocorreu. Foi verificado que todas as outras acusações de Nando Cunha não têm nenhum fundamento, ao contrário, o ator sempre foi bem tratado por todos da equipe de teledramaturgia”, diz a nota da emissora.
Na cena, Ciro não resiste aos ferimentos depois que um teto cai nele. “Gastei muita grana, deixava metade do meu salário lá. Nada diferente do que tinha no contrato, pagava passagem e hospedagem do meu próprio bolso, mas não achei que fosse tão doído.
Enfim, fiquei com algumas milhas”, conta o morador do Rio, com humor. Quando questionado se voltaria para o canal, Nando diz que “nunca” é uma palavra muito forte, mas não diz nem que sim nem que não.
O ator soube em novembro do ano passado que a emissora não tinha interesse em renovar o contrato dele. Contudo, o contrato só foi encerrado em janeiro deste ano.
“Por mim pararia assim que recebi a notícia. É como se estivesse em um casamento e tivesse que morar ainda com a ex. Fui profissional e não me mandaram embora para não pagar a rescisão contratual”, aposta ele, que atualmente grava duas séries ao mesmo tempo.
“Nada de importante que o SBT está fazendo. Colocaram a gente no estereótipo de negro subalterno, morando em comunidade. Não que seja desmerecedor, mas poderia colocar a gente como dono de empresa, mas preferiram fazer o estereótipo banal”, espinafra o ator.
O ator também reclama ainda da visão conservadora da autora do folhetim, Iris Abravanel.
“Teve uma cena horrível que a gente batalhou para que fosse mudada. Uma coordenadora negra fala para uma menina negra que racismo é coisa da nossa cabeça. Uma cena do SBT não tem tanta repercussão quanto da Globo”, lamenta ele, se referindo à sequência protagonizada pela aluna Késsya (Duda Pimenta) e a coordenadora Helô (Elina de Souza).
“Causou alvoroço.
O perfil da atriz (Elina) foi invadido. E não era pensamento dela; era da casa, da autora, que acha aquilo. O que acontece é que começaram a ser autorizados na boca boca do presidente imbecil que fala que racismo nunca existiu no Brasil, que é coisa de botar negro contra branco. Essas maluquices renasceram, é um bando de conservadores saindo do tumulo. Infelizmente esse é o pesamento do SBT. Falavam que era o canal da família e não via isso lá. O que vi foi discriminação”, atesta.