Após dez meses fechada para obras e intervenções, a Biblioteca Manuel Ignácio da Silva Alvarenga, em Campo Grande, foi reinaugurada com uma nova roupagem. A entrega aconteceu na manhã desta quarta-feira dos namorados (12/06), marcando mais uma unidade revitalizada pelo programa Bibliotecas do Amanhã. O projeto visa modernizar as bibliotecas e salas de leitura da rede municipal, oferecendo uma diversidade de conteúdo, acessibilidade, participação comunitária, sustentabilidade das ações, espaços flexíveis e avaliação contínua. Atualmente, o acervo conta com cerca de nove mil títulos.
“Mais uma entrega da prefeitura na Zona Oeste. A cidade toda tem prioridade e desafios, mas nós precisamos olhar para quem mais precisa. Havia uma demanda gigante por este equipamento cultural neste bairro, que é o maior do Brasil”, disse Marcelo Calero, secretário municipal de Cultura do Rio. A pasta vem realizando uma série de obras de reforma, modernização e requalificação de 22 de seus 55 equipamentos culturais. Trata-se do programa Cultura do Amanhã, o maior investimento da pasta neste sentido, ultrapassando R$ 75 milhões.
Com novos espaços e mobiliário adequado, a biblioteca está preparada para atender um público mais diverso, implementando programas educativos, oficinas, atividades, palestras e cursos. “Nossa ideia é fazer com que a comunidade do entorno entenda que é parte integrante e essencial para o funcionamento, debatendo assuntos importantes como a temática antirracista e de sustentabilidade, trazendo a comunidade para o debate”, afirma Marjory Rocha, coordenadora do projeto na Graviola.
“Essa é uma das nossas bibliotecas que mais têm acervo de literatura afro-brasileira na nossa rede de bibliotecas públicas”, afirmou Aladia Araújo, gerente de Livro e Leitura na Secretaria Municipal de Cultura do Rio.
A gestão da unidade está nas mãos de Pituka Nirobe, primeira autora infantojuvenil quilombola brasileira. Ela pretende ampliar os conhecimentos e saberes étnicos a partir da perspectiva de personagens quilombolas, que têm a ancestralidade e a memória como bases para a preservação de seus saberes e tradições locais. “Uma luta de mais de 40 anos para conseguir um espaço como esse”, comentou Pituka, autora de “Pedras, Pedrinhas e Pedregulhos”, uma narrativa ficcional baseada na relação de cuidados e ensinamentos entre o avô e seu neto no Quilombo da Marambaia.
Com a reinauguração, a Biblioteca Manuel Ignácio da Silva Alvarenga se reafirma como um espaço fundamental para a cultura e a educação em Campo Grande, destacando-se pela promoção da inclusão e do diálogo comunitário. A nova estrutura está localizada na Rua Amaral Costa, 140, em frente à Igreja do Desterro. A modernização da biblioteca representa um passo significativo para a valorização da cultura e da história local, oferecendo à população um espaço de aprendizagem e troca de conhecimentos.
A reinauguração da Biblioteca Manuel Ignácio não é apenas uma renovação física, mas também uma revitalização do compromisso com a cultura e a educação. Em um bairro com tanta história e diversidade, a biblioteca surge como um ponto de encontro e desenvolvimento, onde a comunidade pode se reunir, aprender e crescer. A modernização e a nova gestão prometem transformar a biblioteca em um verdadeiro centro cultural, refletindo a riqueza e a diversidade da Zona Oeste do Rio de Janeiro.