Uma movimentação silenciosa, mas altamente simbólica, chamou a atenção dos bastidores da política nacional nesta quinta-feira (7). O senador Romário (PL-RJ), um dos nomes mais populares do Congresso e conhecido pelo apoio a Jair Bolsonaro, surpreendeu ao deixar de seguir o ex-presidente nas redes sociais. Além disso, o parlamentar apagou diversas publicações antigas que demonstravam apoio explícito ao ex-mandatário.
A atitude, embora discreta, tem gerado forte repercussão em Brasília e entre os eleitores bolsonaristas. Segundo fontes próximas ao senador, o movimento faz parte de uma estratégia de distanciamento da base mais radical do bolsonarismo. “Romário está buscando uma postura mais moderada e independente, mirando o cenário de 2026”, revelou um aliado, sob reserva.
Nos últimos meses, Romário já vinha dando sinais de mudança. Em entrevistas recentes, adotou um tom menos ideológico e mais pragmático, especialmente em pautas sociais e econômicas. A aproximação com setores do centro político e até mesmo do governo Lula tem sido percebida por observadores atentos ao xadrez político.
O próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a elogiar o senador em ocasiões públicas, destacando sua atuação em projetos voltados à inclusão de pessoas com deficiência — uma das bandeiras históricas de Romário. A troca de gentilezas, que antes pareceria improvável, agora levanta a suspeita de um possível alinhamento futuro.
Para analistas, o gesto de Romário tem peso simbólico forte e pode inspirar outros parlamentares do PL e da base bolsonarista a reavaliarem suas alianças, especialmente diante do enfraquecimento político de Bolsonaro após os recentes desdobramentos da operação da Polícia Federal e a possibilidade de inelegibilidade.
Enquanto o senador mantém o silêncio sobre o assunto, a internet ferve com especulações. Nos grupos bolsonaristas, muitos eleitores já expressam decepção e revolta com o “desalinhamento” do ex-jogador.
Resta saber se a guinada de Romário é definitiva ou apenas uma jogada estratégica de curto prazo. De qualquer forma, o gesto marcou oficialmente o início de uma nova fase política para o senador carioca.