A decisão do senador Romário (PL-RJ) de não apoiar o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), causou forte repercussão nas redes sociais e gerou críticas incisivas de eleitores e aliados. Romário é um dos dois senadores do PL que ainda não assinaram o pedido de impeachment, ao lado da senadora Eudócia Caldas (AL), ambos classificados como “indecisos”. A maioria da bancada do partido já aderiu formalmente ao documento.
Nas últimas 48 horas, Romário se tornou alvo de pressão pública em suas redes, especialmente no X (antigo Twitter), onde seguidores cobram um posicionamento “firme” contra Moraes. Frases como “Você traiu o povo” e “Não se esconda” inundaram os comentários em suas postagens. O vereador Jair Renan Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, também entrou na polêmica e provocou: “O impeachment do Moraes é sua chance de brilhar de novo, Romário”, sugerindo que o senador está perdendo uma oportunidade de se alinhar com a base mais fiel do bolsonarismo.
Internamente, segundo fontes próximas à cúpula do PL, Romário já teria comunicado ao presidente nacional do partido, Valdemar Costa Neto, que não pretende assinar o pedido de impeachment. Sua justificativa, segundo interlocutores, seria estratégica: o senador avalia que a ação tem caráter meramente simbólico, com baixíssimas chances de avançar no Senado, além de temer atritos com o STF que possam impactar negativamente seu mandato e projetos.
A recusa gerou repercussão negativa entre apoiadores do ex-presidente Bolsonaro, que veem a posição de Romário como “covardia” ou “conivência” com decisões judiciais consideradas autoritárias. Políticos alinhados ao impeachment alertam que Romário pode sofrer boicotes eleitorais e perder apoio popular em futuras disputas.
Enquanto isso, o senador segue em silêncio nas redes sobre o assunto e evita aparições públicas. Nos bastidores, aliados afirmam que ele tenta equilibrar-se entre a base bolsonarista e a necessidade de preservar relações institucionais, especialmente com o STF.
A pressão deve continuar nos próximos dias, com expectativa de que o senador, eventualmente, se posicione oficialmente. “Não há como ficar em cima do muro”, declarou um dirigente do PL em caráter reservado.