Rússia Intensifica Ataques Contra Kiev em Resposta ao Uso de Mísseis de Longo Alcance pela Ucrânia
A madrugada desta terça-feira (21) foi marcada por intensos ataques aéreos russos contra a capital ucraniana, Kiev. Autoridades locais relataram que a ofensiva, considerada uma das mais agressivas dos últimos meses, seria uma retaliação direta ao uso, pela Ucrânia, de mísseis de longo alcance fornecidos pelos Estados Unidos.
As explosões ecoaram por diversos bairros da capital, enquanto sirenes de emergência alertavam os moradores sobre a gravidade dos ataques. Segundo a Força Aérea da Ucrânia, a Rússia utilizou drones kamikazes e mísseis de cruzeiro lançados de diferentes pontos estratégicos, com foco em alvos militares e na infraestrutura energética da região.
De acordo com o prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, várias áreas residenciais foram atingidas, resultando em ao menos cinco mortes e dezenas de feridos. “Eles atacaram não apenas bases militares, mas também locais onde civis estavam abrigados. É um ato de terror”, afirmou Klitschko em pronunciamento à imprensa local.
Retaliação a armamentos americanos
A escalada de ataques ocorre poucos dias após a Ucrânia confirmar o uso de mísseis ATACMS (Army Tactical Missile System), fornecidos pelos Estados Unidos, em operações contra alvos estratégicos na Crimeia e em outras áreas controladas por forças russas. Esses mísseis, capazes de atingir distâncias superiores a 300 quilômetros, representam um avanço significativo no arsenal ucraniano, permitindo maior precisão e alcance em seus contra-ataques.
Moscou condenou veementemente a utilização desses armamentos e prometeu “respostas severas” às ações ucranianas. Em comunicado oficial, o Ministério da Defesa da Rússia alegou que os recentes ataques a Kiev foram uma “resposta proporcional” às provocações de Kiev e de seus aliados ocidentais.
Impacto na população
Além do pânico generalizado entre os moradores de Kiev, os bombardeios geraram interrupções no fornecimento de energia e água em diversas regiões da cidade. Escolas, hospitais e outras instalações públicas estão operando de forma limitada, e milhares de pessoas buscaram refúgio em abrigos subterrâneos.
Especialistas alertam que a escalada militar entre Rússia e Ucrânia pode agravar ainda mais a já devastadora crise humanitária na região. Segundo a ONU, mais de 10 milhões de pessoas foram deslocadas desde o início do conflito, em fevereiro de 2022.
Enquanto a comunidade internacional acompanha os desdobramentos com preocupação, a possibilidade de um cessar-fogo parece cada vez mais distante. A guerra, que já ultrapassa dois anos, continua a mostrar seu poder destrutivo, colocando em xeque a estabilidade de toda a Europa Oriental e das relações geopolíticas globais.
As próximas semanas serão cruciais para determinar até onde as tensões podem escalar, com ambos os lados demonstrando que não recuarão tão cedo.