A Justiça do Rio de Janeiro converteu em prisão preventiva a detenção do sargento da Polícia Militar Renato Cesar Guimarães Pina, de 42 anos, acusado de assassinar a própria esposa, Shayene Araújo, de apenas 27 anos, em Maricá, Região Metropolitana do Rio.
O caso chocou a cidade pela brutalidade e pelas circunstâncias que cercam o crime. Segundo a versão apresentada pelo policial, o disparo que atingiu a nuca de Shayene teria sido acidental. Ele mesmo a levou ao hospital, mas os médicos constataram a gravidade do ferimento e não conseguiram salvá-la.
No entanto, as investigações desmontaram rapidamente a tese de acidente. Testemunhas relataram um histórico de violência doméstica, com brigas constantes e ameaças sofridas por Shayene. Além disso, a perícia apontou contradições no relato do sargento, fortalecendo a suspeita de feminicídio.
Diante dos elementos reunidos, a Justiça entendeu que havia fortes indícios de crime intencional, decretando a conversão da prisão em flagrante para prisão preventiva. A medida afasta a possibilidade de liberdade provisória e mantém o sargento preso enquanto o processo avança.
O caso levanta novamente o alerta sobre a escalada da violência contra a mulher no estado. Só neste ano, dezenas de feminicídios já foram registrados no Rio, expondo a vulnerabilidade de vítimas em relações marcadas por agressões e controle.
Amigos e familiares de Shayene lamentaram a perda e reforçaram que ela vinha demonstrando medo do marido, mas não chegou a formalizar denúncias recentes. Organizações de defesa dos direitos das mulheres cobraram punição exemplar e maior apoio às vítimas de violência doméstica.
Enquanto isso, Renato Cesar Guimarães Pina segue preso à disposição da Justiça, agora respondendo formalmente por feminicídio qualificado. O caso é acompanhado de perto pela Corregedoria da PM.