A Secretaria de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro (Seap) instaurou uma sindicância para investigar visitas íntimas concedidas sem autorização a três líderes do tráfico de drogas detidos na Penitenciária Gabriel Castilho, localizada no Complexo de Gericinó. O caso, ocorrido no dia 9 de fevereiro deste ano, levanta preocupações sobre o cumprimento das normas de segurança dentro das unidades prisionais do estado.
Os traficantes envolvidos na irregularidade são Nando Bacalhau, do Chapadão, My Thor, do Santo Amaro, e Corolla, do Manguinhos. Segundo informações, os três receberam visitas no parlatório da unidade prisional de forma indevida, desrespeitando as regras estabelecidas pela Seap para esse tipo de encontro.
Embora os detentos tenham direito a visitas de companheiras ou esposas no parlatório, as investigações preliminares apontam diversas irregularidades no procedimento:
- My Thor, que recentemente se separou, ainda não havia cadastrado sua nova companheira junto à Seap. Mesmo assim, ela foi autorizada a visitá-lo na unidade.
- Corolla, preso desde julho do ano passado, recebeu a visita de uma mulher diferente da cadastrada oficialmente como sua esposa.
- Nando Bacalhau, considerado um criminoso de alta periculosidade, não possuía permissão para receber visitas naquele dia específico, mas, ainda assim, teve acesso ao benefício.
O episódio levanta questionamentos sobre a fiscalização das visitas nos presídios do estado, especialmente no Complexo de Gericinó, que abriga criminosos de alta periculosidade. As normas da Seap determinam que as visitas devem ser previamente autorizadas e registradas, garantindo que apenas pessoas cadastradas possam acessar o sistema prisional.
Diante da gravidade da situação, a Seap instaurou uma sindicância para apurar as falhas e responsabilizar possíveis envolvidos. A investigação buscará identificar se houve negligência por parte dos agentes penitenciários, falhas no sistema de controle de visitantes ou até mesmo facilitação intencional para que as visitas irregulares ocorressem.
A segurança nos presídios do Rio de Janeiro tem sido alvo de críticas constantes, e esse episódio reforça a necessidade de maior rigor no cumprimento das regras estabelecidas para evitar privilégios indevidos a criminosos de alta periculosidade. A Seap ainda não divulgou prazos para a conclusão da sindicância, mas garantiu que medidas serão tomadas para evitar novos episódios semelhantes.
O caso também reacende o debate sobre o controle de facções criminosas dentro das prisões, uma vez que líderes do tráfico continuam a exercer influência mesmo estando detidos. O acesso a visitas irregulares pode representar um risco para a segurança pública, permitindo que ordens sejam repassadas para comparsas fora da prisão.
As investigações seguem em andamento, e a expectativa é que a sindicância esclareça como as irregularidades foram permitidas e quais providências serão adotadas para evitar a repetição de casos semelhantes.