Por Kaio Sagaz
Quem foi ao Sambódromo conferir a primeira noite de Grupo Especial sentiu o forte calor que fazia no Rio de Janeiro. Mas, durante o desfile da Mangueira, o clima esquentou ainda mais. Ao cruzar com o presidente Chiquinho da Mangueira, a secretária de cultura Nilcemar Nogueira perdeu a compostura e partiu pra cima do dirigente.
“Não é homem suficiente”, disparou a secretária
Mangueirense e neta de Cartola, ela foi tomar satisfações com Chiquinho sobre alguns desdobramentos referentes ao corte de verba do prefeito, que tirou R$ 1 milhão dos cofres de cada agremiação da elite da festa, incluindo a verde e rosa.
– O presidente da Mangueira resolveu espalhar pro mundo do samba inteiro que eu sou responsável pelo corte do Carnaval. Então, eu peguei ele aqui na pista porque ele não é homem suficiente. Quando ele chegou (na Mangueira), eu e minha família já estávamos. Ele tem que respeitar, tem que aprender o que é a raiz da Mangueira. Venho de uma família que fundou a escola, ele tá sendo moleque. Vem uma eleição aí, ele tá com medo. Ele não presta – esbravejou a secretária, que foi impedida de agredir Chiquinho por diretores da Liesa, a Liga Independente das Escolas de Samba.
Chiquinho se defendeu:
– É uma sacanagem o que fizeram com o Carnaval, e a Mangueira resistiu a isso tudo. A Mangueira faz um trabalho social que não tem igual. ela é o maior patrimônio cultural desse país, como todas as escolas… Ela (Nilcemar) devia estar brigando pelo Carnaval. Todo mundo acha que ela é Mangueira e tinha que tomar uma atitude (em relação ao corte da prefeitura). E ela não tomou nenhuma.
Crivella: o boneco de judas do desfile mangueirense
Em virtude da redução no valor da subvenção concedida às escolas de samba, a Mangueira desfilou com um enredo que fazia crítica direta a Crivella, intitulado “Com dinheiro ou sem dinheiro, eu brinco”. O carnavalesco Leandro Vieira, autor do tema, não poupou a imagem do prefeito, que foi ilustrado no carnaval da verde e rosa como uma espécie de judas.