O Rio de Janeiro enfrenta um verdadeiro pesadelo! Um surto alarmante de mosquitos borrachudos (Simulium spp.) está se espalhando como fogo em mato seco por diversos bairros da cidade, trazendo dor, sofrimento e medo à população. As regiões mais afetadas incluem áreas cercadas por matas e lagoas, como Alto da Boa Vista, Rio das Pedras, Itanhangá, Ilha da Gigoia, Barrinha, Morro do Banco e Tijuquinha. Moradores relatam cenas dignas de filme de terror, com enxames desses pequenos e silenciosos agressores invadindo casas, escolas e comércios.
As picadas dos borrachudos vão muito além do incômodo: causam inchaço severo, coceira insuportável, vermelhidão e, em muitos casos, reações alérgicas que exigem atenção médica imediata. Há registros de infecções graves, como celulite em crianças, o que tem assustado pais e provocado lotação em postos de saúde e emergências.
E não adianta usar roupas longas, repelentes ou luvas grossas — os borrachudos parecem imunes a tudo. Famílias inteiras relatam noites sem dormir e dias de puro desespero. “Eu estava na cozinha e fui atacada nas pernas mesmo usando calça jeans! Nunca vi nada igual”, conta dona Marilda, moradora da Barrinha.
Comércios locais relatam queda brusca nas vendas, especialmente em bares, quiosques e pontos turísticos das regiões afetadas. Escolas tiveram que suspender atividades ao ar livre e há registros de alunos liberados mais cedo devido a reações às picadas. Parques e áreas de lazer estão vazios, e o clima entre os moradores é de insegurança total.
O vereador Marcelo Diniz (PSD) subiu o tom e denunciou: “Estamos diante de uma calamidade sanitária que atinge diretamente o bem-estar da população e afeta gravemente a economia local. O poder público precisa agir com urgência!”
Para piorar a situação, a tradicional técnica de fumacê, amplamente usada no combate ao Aedes aegypti, não tem qualquer eficácia contra os borrachudos. A Prefeitura do Rio de Janeiro reconheceu a gravidade do problema e anunciou a criação de uma comissão especial na Câmara Municipal para debater e implementar novas medidas de contenção. Mas, enquanto as soluções não chegam, a população segue à mercê desses insetos implacáveis.
Especialistas alertam: a combinação de áreas alagadas, clima úmido e ausência de predadores naturais cria o cenário perfeito para a proliferação descontrolada dos borrachudos. E se nada for feito rapidamente, o surto pode se espalhar ainda mais, atingindo novas áreas da cidade e se tornando uma crise sem precedentes.
O alerta está dado. O Rio está sob ataque. E a guerra contra os borrachudos está apenas começando.