A noite de sexta-feira (28) foi marcada por mais um episódio de violência extrema na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Um bar localizado na conhecida Reta do João XXIII, em Santa Cruz, foi alvo de um ataque brutal. Homens armados, ocupando várias motos, passaram disparando contra o estabelecimento, deixando clientes e moradores da região em pânico.
O principal alvo da execução foi identificado como Felipe, conhecido na área pelo apelido de “Felipinho”. Ele foi atingido por diversos disparos e morreu ainda no local, sem chances de socorro. Segundo relatos de testemunhas, a ação criminosa foi rápida e calculada. Em poucos segundos, o bar se transformou em um cenário de caos, com corpos caídos, mesas derrubadas e o som dos tiros ecoando por toda a rua.
Felipe era morador da região do Guandu e, de acordo com fontes locais, seu nome já era conhecido no meio policial. A motivação do ataque, no entanto, ainda não foi oficialmente esclarecida pelas autoridades. As investigações iniciais indicam que pode ter relação com disputas territoriais ou acerto de contas ligado ao tráfico de drogas, uma realidade comum nas comunidades da Zona Oeste.
Além da morte de Felipe, outra pessoa também foi baleada durante o ataque. O segundo ferido, um jovem que ainda não teve a identidade divulgada, foi socorrido por moradores e levado em estado grave para o Hospital Municipal Pedro II, também em Santa Cruz. Não há informações atualizadas sobre seu estado de saúde até o momento.
A cena do crime foi isolada e periciada pela Polícia Civil, que recolheu cápsulas de diversos calibres espalhadas pelo chão do bar e da calçada. As câmeras de segurança de comércios próximos também serão analisadas para ajudar na identificação dos atiradores e no esclarecimento da dinâmica do crime.
Moradores da região relataram o clima de medo que tomou conta do bairro após o ataque. Muitos comerciantes fecharam as portas mais cedo e ruas adjacentes ficaram desertas, em um claro reflexo da insegurança que domina Santa Cruz e bairros vizinhos. A constante guerra entre facções e milícias tem transformado a rotina dos moradores em um verdadeiro campo minado, onde qualquer deslize pode ser fatal.
Em nota, a Polícia Militar informou que reforçou o policiamento na área após o ataque e que operações estão sendo realizadas para tentar identificar e prender os responsáveis pelo crime. No entanto, para os moradores, essa presença é momentânea e não traz alívio real. “Depois que a polícia sai, a gente volta a viver com medo. Aqui, ninguém sabe quem será o próximo”, lamentou um comerciante local, que preferiu não se identificar.
A brutal execução de “Felipinho” e o clima de violência expõem, mais uma vez, a dura realidade de quem vive nas periferias do Rio de Janeiro. Em Santa Cruz, a sensação é de que a paz virou apenas uma lembrança distante, enquanto o barulho dos tiros se torna cada vez mais frequente nas noites da Zona Oeste.