O clima de guerra voltou a tomar conta da Zona Oeste do Rio de Janeiro na madrugada deste domingo (06). Moradores da região de Santa Cruz viveram horas de pânico, medo e insegurança com mais um violento confronto entre facções milicianas rivais.
De acordo com relatos de moradores, o tiroteio teve início ainda de madrugada, nos condomínios do conjunto habitacional João 23, área conhecida por ser palco de disputas territoriais entre grupos armados. O confronto envolveu integrantes da milícia comandada por Waguinho e membros da facção rival liderada por Naval.
As trocas de tiros, intensas e prolongadas, se estenderam por vários pontos da região, alcançando a Reta da Base, uma das principais vias de acesso de Santa Cruz. Muitos moradores relataram terem se jogado no chão ou se abrigado em banheiros durante os disparos. Vídeos que circulam nas redes sociais mostram rajadas de tiros e gritos de desespero, evidenciando o terror vivido pela população local.
A disputa entre os dois grupos não é nova. As milícias, que atuam em diversas áreas da Zona Oeste, têm travado uma guerra silenciosa — mas cada vez mais violenta — pelo controle de territórios, principalmente em áreas com conjuntos habitacionais e comunidades com pouca presença do Estado.
A ausência de segurança pública efetiva tem contribuído para o avanço dessas organizações criminosas, que exploram os moradores com cobranças ilegais por serviços como gás, internet, transporte alternativo e até mesmo segurança privada. O resultado é um cotidiano marcado pela opressão e pelo medo.
Apesar do intenso tiroteio, até o momento, não há informações oficiais sobre feridos ou mortos. A Polícia Militar foi acionada, mas, segundo moradores, chegou à região somente após o fim do confronto. O silêncio das autoridades preocupa e revolta quem vive no local.
“É uma guerra que ninguém quer ver, mas que a gente vive todo dia”, relatou um morador que preferiu não se identificar. “Acordamos com o som de tiros e não sabíamos se conseguiríamos sair vivos.”
A situação em Santa Cruz reforça o cenário alarmante de insegurança que afeta diversas áreas da Zona Oeste. Enquanto isso, a população clama por paz, justiça e ações efetivas do poder público para retomar o controle desses territórios e garantir o direito básico de viver sem risco