O que era para ser uma tradicional festa de bate-bola terminou em confusão generalizada, tiros e pânico entre moradores dos bairros Jardim Carioca e Cacuia, na Ilha do Governador, Zona Norte do Rio de Janeiro. O caso aconteceu na noite do último domingo (02), e mobilizou a Polícia Militar após denúncias e relatos de disparos de arma de fogo em meio à celebração.
Segundo informações da PM, agentes que patrulhavam a região foram surpreendidos pelo barulho dos tiros e imediatamente seguiram para o local. Ao chegarem, encontraram um cenário de desordem, com pessoas correndo e gritos de pânico entre os participantes da festa e moradores das proximidades. A rápida resposta policial resultou na prisão de três suspeitos, que tentavam fugir em um veículo.
Durante a revista ao carro em que dois dos detidos estavam, os policiais fizeram uma descoberta alarmante: além de dois revólveres municiados, foi encontrada uma granada de luz e som — equipamento tático utilizado geralmente por forças policiais para dispersar multidões em operações especiais. A presença desse artefato reforçou a gravidade da situação, indicando que o grupo poderia estar preparado para causar ainda mais tumulto e colocar vidas em risco.
Testemunhas relataram que a festa de bate-bola, que começou de forma animada e pacífica, acabou se tornando um verdadeiro campo de guerra após desentendimentos entre grupos rivais. Em meio a provocações e agressões físicas, tiros foram disparados, provocando pânico generalizado. Moradores de prédios e casas próximas relataram que, ao ouvir os estampidos, correram para dentro de suas residências e se trancaram, temendo uma possível troca de tiros.
A Polícia Civil foi acionada e investiga a motivação da confusão e a origem das armas e da granada apreendida. Há indícios de que os envolvidos possam pertencer a grupos que disputam espaço e influência em festas de bate-bola na região, uma tradição do Carnaval carioca que, nos últimos anos, tem sido marcada por episódios de violência.
Além da apreensão das armas e da granada, os três suspeitos foram levados para a delegacia da Ilha do Governador, onde permanecem presos à disposição da Justiça. Eles deverão responder por porte ilegal de arma de fogo, associação criminosa e possivelmente por ameaça à ordem pública.
O caso reacende o alerta para a segurança em eventos populares na cidade, especialmente durante o período pré-Carnaval, quando as festas de bate-bola se tornam mais frequentes e atraem milhares de pessoas. Moradores da Ilha pedem mais fiscalização e presença policial para evitar que episódios como esse voltem a se repetir.
A reportagem procurou a Polícia Militar para mais esclarecimentos e aguarda retorno. Já a associação de moradores da região cobrou uma reunião emergencial com autoridades para discutir medidas preventivas e reforço no policiamento local.
A festa acabou em confusão, tiros e prisões, mas o clima de medo deve permanecer por algum tempo na memória de quem vive na região.



