Moradores de Manguariba, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, viveram momentos de pânico na noite desta sexta-feira (28/02), por volta das 23h, quando mais de 100 homens fortemente armados invadiram a comunidade. O clima de guerra instaurado no local interrompeu a tranquilidade de quem ainda aproveitava o feriado de Carnaval, transformando a área em cenário de confronto e medo.
De acordo com relatos de moradores, o grupo armado chegou repentinamente, ocupando ruas e vielas e impondo o terror entre os presentes. Muitos disparos foram ouvidos, o que fez com que famílias inteiras buscassem abrigo em suas casas. Quem estava fora, curtindo blocos ou festas carnavalescas, foi surpreendido ao retornar e encontrar a comunidade completamente tomada pela violência.
A invasão teria sido motivada por uma guerra entre grupos de milicianos que disputam o controle territorial da região. Essa disputa envolve o domínio da cobrança de taxas ilegais, conhecidas como “gatonet”, gás, transporte alternativo e até mesmo a exploração de terrenos. Nos últimos meses, a tensão vinha crescendo, mas a situação explodiu na noite de sexta-feira, deixando um rastro de medo e incerteza.
Moradores relatam que o tiroteio foi intenso e prolongado, durando mais de uma hora. Balas traçantes cruzavam o céu da comunidade, enquanto sons de rajadas e explosões ecoavam entre as casas. Muitos residentes sequer conseguiram dormir, temendo que suas residências fossem invadidas ou que pudessem ser atingidos por balas perdidas.
Quem estava voltando do Carnaval precisou buscar rotas alternativas ou até mesmo se esconder em casas de amigos e parentes. Relatos indicam que algumas ruas foram bloqueadas pelos próprios invasores, que colocaram barricadas e ficaram de prontidão, aguardando a chegada de possíveis rivais.
Diante da gravidade da situação, a presença policial na região é cobrada pelos moradores, mas até o momento não há informações sobre prisões ou operações realizadas para retomar o controle do território. O clima neste sábado ainda é de muita apreensão, com ruas vazias e comerciantes mantendo suas portas fechadas por medo de novos confrontos.
A guerra entre milicianos mostra, mais uma vez, o quanto os moradores de áreas periféricas vivem sob constante ameaça, mesmo em datas festivas como o Carnaval.