Tiroteio entre policiais e traficantes deixa cinco mortos em Jaconé, Região dos Lagos
Um confronto entre policiais civis e traficantes resultou em cinco mortos na manhã deste domingo (22), na localidade da Serrinha, em Jaconé, na Região dos Lagos. A operação, conduzida por agentes da 124ª DP (Saquarema) e da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), visava cumprir mandados de prisão e de busca e apreensão relacionados ao tráfico de drogas.
Entre os mortos estão três mulheres, cujas identidades ainda não foram divulgadas. Um dos alvos da operação, Washington Pereira Rodrigues, conhecido como “Parazinho”, também morreu no tiroteio. Segundo informações da polícia, ele era apontado como um dos chefes do tráfico de drogas no estado do Pará e atuava na região de Jaconé para expandir as atividades criminosas.
Material apreendido e operação policial
Durante a operação, os policiais apreenderam quatro pistolas, além de um caderno contendo anotações do tráfico e uma quantidade ainda não especificada de entorpecentes. O material recolhido será analisado para aprofundar as investigações sobre as conexões do grupo criminoso, incluindo possíveis vínculos com outras facções no estado.
De acordo com o delegado responsável pela 124ª DP, a operação foi planejada com base em investigações que apontavam o aumento da atividade do tráfico de drogas na Serrinha. “Nosso objetivo era desarticular essa quadrilha que vinha aterrorizando a região. Infelizmente, houve resistência armada, o que resultou no confronto”, afirmou o delegado.
O impacto do tráfico em Jaconé
A comunidade da Serrinha, assim como outras áreas de Jaconé, tem enfrentado desafios crescentes devido ao tráfico de drogas. Relatos de moradores apontam para a intensificação da presença de criminosos armados e de episódios de violência. A operação deste domingo visava não apenas prender os suspeitos, mas também enviar um recado de que as forças de segurança estão atentas às atividades ilegais na região.
Apesar disso, o confronto reacendeu o debate sobre o impacto de operações policiais em áreas densamente povoadas. ONGs e defensores dos direitos humanos alertam para o risco de vítimas inocentes nesses confrontos e pedem mais transparência nas ações de segurança pública.
Investigação e próximos passos
A Delegacia de Homicídios da Região dos Lagos foi acionada e ficará responsável por investigar as circunstâncias das mortes. Paralelamente, a 124ª DP seguirá com as investigações sobre o grupo criminoso e buscará identificar possíveis cúmplices e ramificações do tráfico de drogas na região.
O caso também chama atenção pela presença de mulheres entre os mortos, o que pode indicar um novo padrão de envolvimento de indivíduos no tráfico de drogas. “Essa é uma característica que precisamos investigar com mais profundidade. Muitas vezes, mulheres são cooptadas ou pressionadas a atuar nessas organizações”, explicou um investigador.
As autoridades pedem que a população colabore com informações que possam ajudar a combater o tráfico de drogas na Região dos Lagos. Denúncias podem ser feitas de forma anônima pelo Disque-Denúncia, no número 2253-1177.
O cenário em Jaconé reflete os desafios contínuos da luta contra o tráfico de drogas, um problema que afeta diversas comunidades no estado do Rio de Janeiro. Enquanto as operações policiais continuam, cresce a necessidade de políticas públicas que combinem repressão ao crime com iniciativas sociais para quebrar o ciclo de violência.