Todos os 117 corpos de suspeitos mortos durante a megaoperação policial nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, foram identificados e liberados pelo Instituto Médico Legal (IML). Com o fim do processo de reconhecimento, a perícia oficial foi concluída nesta segunda-feira (3).
A operação, considerada uma das mais letais da história do estado, mobilizou mais de 2.400 agentes das polícias Civil e Militar, além de blindados e helicópteros. A ação, deflagrada na semana passada, tinha como alvo o Comando Vermelho (CV), principal facção criminosa do Rio, e resultou também em dezenas de prisões, apreensão de armas de grosso calibre e drogas.
Segundo informações da Polícia Civil, a identificação dos corpos envolveu cruzamento de dados genéticos, digitais e registros fotográficos, garantindo precisão nos laudos emitidos. Agora, com a conclusão da perícia, os corpos foram liberados para sepultamento pelas famílias, encerrando uma das etapas mais delicadas da investigação.
A operação segue sob análise do Ministério Público e do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a preservação e documentação de todas as provas relacionadas à ação. O ministro Alexandre de Moraes também convocou reunião com o governador Cláudio Castro e outras autoridades para discutir o cumprimento das regras da ADPF das Favelas, que monitora a letalidade policial no estado.
Enquanto o governo do Rio defende a operação como “necessária para enfraquecer o crime organizado”, organizações de direitos humanos e familiares das vítimas cobram transparência e denunciam possíveis abusos cometidos durante a ação. A investigação sobre as circunstâncias das mortes continua em andamento.
			
			


