A guerra pelo controle territorial entre facções criminosas segue avançando pelas zonas Oeste do Rio de Janeiro. Na noite de ontem (30), moradores de Cosmos foram surpreendidos por mais uma cena de violência extrema: homens fortemente armados, ligados ao traficante conhecido como RD — apontado como liderança do Comando Vermelho (CV) — fuzilaram um carro e executaram o miliciano conhecido como “Faustão”.
O ataque ocorreu em plena via pública e chamou a atenção pelo alto poder de fogo dos criminosos. Segundo relatos de moradores, a ação foi rápida e brutal. O carro em que Faustão estava foi alvejado diversas vezes, resultando em sua morte imediata. Ele era conhecido na região por atuar sob o comando da milícia chefiada por Zinho, atualmente o principal nome do grupo paramilitar que domina áreas como Campo Grande, Santa Cruz e adjacências.
Ataques em série contra a milícia
A execução de Faustão não foi um caso isolado. Informações obtidas junto a fontes locais indicam que milicianos vêm sendo sistematicamente atacados por traficantes ligados ao CV em uma verdadeira ofensiva para tomar territórios controlados pela milícia. Há relatos de tiroteios diários em bairros como Paciência, Inhoaíba, Santa Margarida e o próprio Cosmos, onde o poder paralelo trava batalhas sem qualquer receio da presença do Estado.
A chamada “tropa do RD” tem agido com ousadia, usando armamento pesado e movimentação estratégica. Especialistas em segurança pública apontam que esse conflito não é apenas territorial, mas também uma resposta direta à antiga dominação das milícias nas áreas mais afastadas da cidade — onde exploram moradores com taxas ilegais de gás, internet, segurança e transporte alternativo.
População no meio do fogo cruzado
Enquanto criminosos disputam território, a população sofre com o medo e a insegurança. Escolas têm suspendido aulas, comerciantes fecham as portas mais cedo e os aplicativos de transporte evitam certas rotas. “A gente não sabe mais quem manda, porque todo dia é um grupo diferente trocando tiro”, relata uma moradora que preferiu não se identificar por medo de represálias.
A guerra entre milicianos e traficantes deixa claro que o controle armado sobre os bairros está longe de uma solução. Moradores seguem reféns de um cenário que desafia o poder público e agrava a rotina de quem só deseja viver em paz.