Na tarde desta última quinta-feira (11), a UPA de Bangu foi palco de uma tragédia seguida de caos. Jéssica Santos, uma jovem de 19 anos, faleceu de forma dramática após o que a família alega ser um grave erro médico. O impacto da notícia foi tão devastador que seu marido, em um surto de desespero, acabou por destruir parte das instalações da unidade de saúde.
Jéssica foi internada na quarta-feira apresentando sintomas aparentemente simples como dor de cabeça e febre, mas sua condição se deteriorou rapidamente. “Ela estava bem, andando, conversando e até comendo sozinha”, relata um familiar. No entanto, a situação tomou um rumo fatal quando ela começou a sofrer de falta de ar e foi transferida para a sala vermelha da emergência. Lá, segundo acusações da família, um procedimento de intubação mal-sucedido resultou na perfuração de seu pulmão, com sangue vazando pelo tubo.
A família descreve que, apesar dos apelos e da visível deterioração de seu estado, Jéssica foi amarrada à cama, enquanto os médicos prosseguiam com os procedimentos emergenciais. “Ela teve uma parada cardíaca e mesmo assim continuaram tentando reanimá-la com o tubo ainda vazando sangue”, conta um parente angustiado. A jovem não resistiu e veio a falecer.
Em meio ao luto e à busca por respostas, a situação na UPA escalou para violência quando o esposo de Jéssica, impedido de entrar para ver sua esposa, perdeu o controle. “Ele apenas queria saber o que havia acontecido, mas o segurança, com palavras duras, barrava sua entrada”, explica outro familiar. A resposta do marido foi quebrar vidros e causar um tumulto, numa tentativa desesperada de obter informações.
Nas redes sociais, a comoção é palpável. A prima de Jéssica desabafou: “Mataram Jéssica. Hoje uma família chora por negligência médica; até quando isso? Pessoas julgam porque não é de sua família.” Este incidente levanta questões críticas sobre a qualidade do atendimento emergencial e a segurança nas UPAs, especialmente em casos de alta tensão e vulnerabilidade emocional dos familiares.
O sepultamento de Jéssica será realizado no cemitério do Murundu, em Padre Miguel, no próximo sábado (13) às 11:00. Enquanto a família prepara o último adeus, a comunidade de Bangu está abalada, e muitos clamam por justiça e por reformas no sistema de saúde para que tragédias como esta não se repitam.
Este incidente serve como um sombrio lembrete das falhas em nosso sistema de saúde e das dolorosas consequências que podem advir quando a comunicação e o cuidado médico falham crucialmente. As autoridades locais prometeram uma investigação rigorosa, mas para a família de Jéssica, nenhuma resposta será capaz de trazer de volta o que foi perdido. A dor e a revolta se entrelaçam, refletindo a crise contínua na gestão de emergências médicas no Brasil.



