Uma tragédia abalou moradores do Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio, na última terça-feira (4), quando a pequena Maria Luísa Oldembergas, de apenas 7 anos, morreu após uma pilastra cair sobre ela dentro do condomínio onde morava. O caso chocante expôs possíveis falhas estruturais e negligência na manutenção da área de lazer do residencial Puerto Madero.
Maria Luísa brincava inocentemente no balanço instalado na área de recreação do condomínio quando o acidente aconteceu. Segundo relatos de um funcionário, um estrondo alto chamou sua atenção. Ao se aproximar, ele encontrou a criança presa sob a pilastra de concreto revestida de madeira, com graves ferimentos na cabeça e no braço.
Os bombeiros foram acionados imediatamente e chegaram ao local em poucos minutos. Inicialmente, encontraram a menina consciente, mas o quadro de saúde dela se deteriorou rapidamente durante o atendimento. Maria Luísa sofreu uma parada cardíaca e, infelizmente, não resistiu aos ferimentos.
A Polícia Civil, por meio da 42ª DP (Recreio), abriu uma investigação para apurar as causas da tragédia. A perícia do Instituto de Criminalística Carlos Éboli revelou uma falha alarmante: a pilastra, que deveria garantir a segurança do balanço, estava enterrada a apenas cinco centímetros do solo, o que é extremamente insuficiente para suportar o peso e o movimento das crianças. Com a fragilidade da fixação, a estrutura cedeu e caiu diretamente sobre Maria Luísa.
Além da estrutura mal projetada, outro fator chamou a atenção das autoridades e moradores: a obra realizada no parquinho não teve aprovação formal em assembleia de condôminos. Testemunhas afirmam que as intervenções foram feitas de forma improvisada, sem a consulta de engenheiros ou vistoria do Corpo de Bombeiros. Segundo relatos de um morador, o síndico teria instalado os dormentes de madeira maciça, ganchos e uma rede de balanço sem observar normas técnicas ou garantir a fixação adequada da estrutura.
“Foi uma obra completamente irregular, sem nenhum respaldo técnico. Colocaram uma rede presa a dormentes que não estavam fixados de forma segura. Isso foi uma tragédia anunciada. Estamos devastados”, lamentou um vizinho de Maria Luísa.
O delegado Alan Luxardo, responsável pelo caso, aguarda agora a conclusão do laudo pericial, que deve apontar se o desabamento ocorreu por falha no projeto, erro de execução da obra ou negligência na manutenção do espaço infantil. Dependendo do resultado, o responsável pela obra pode responder criminalmente pela morte da criança.
O caso levanta um alerta importante para síndicos e administradores de condomínios: obras em áreas de lazer, especialmente aquelas destinadas a crianças, devem seguir rigorosamente normas de segurança e ser acompanhadas por profissionais capacitados. A negligência na execução e a falta de fiscalização adequada podem ter consequências trágicas, como essa que ceifou a vida de uma criança cheia de sonhos.
A família de Maria Luísa, amigos e vizinhos agora clamam por justiça e cobram respostas sobre como uma área que deveria ser de diversão e alegria se transformou em um cenário de dor e luto.