O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) decidiu, nesta terça-feira (30), pela cassação do mandato da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e a declarou inelegível por oito anos. A decisão ocorre em razão de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação durante a campanha eleitoral de 2022.
A ação foi movida pelo Ministério Público Eleitoral (MPE) e por adversários políticos da parlamentar, que alegaram que Zambelli utilizou sua influência e recursos de forma irregular para favorecer sua candidatura. O principal argumento contra a deputada foi o episódio em que ela perseguiu um apoiador de Lula, armada, na véspera do segundo turno das eleições presidenciais. A ação foi amplamente divulgada e repercutiu em todo o país, sendo considerada uma grave violação da legislação eleitoral.
Durante o julgamento, a defesa de Zambelli argumentou que não houve intenção de obter benefícios eleitorais com suas ações e que a parlamentar apenas reagiu a uma situação de ameaça. No entanto, os desembargadores do TRE-SP entenderam que o episódio teve impacto direto no processo eleitoral e caracterizou abuso de poder político.
Com a decisão, além de perder o mandato na Câmara dos Deputados, Carla Zambelli fica impedida de disputar eleições pelos próximos oito anos. A inelegibilidade começa a contar a partir da eleição de 2022, o que significa que a deputada só poderá se candidatar novamente em 2030.
A parlamentar já anunciou que vai recorrer da decisão no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), alegando perseguição política. “Estou sendo alvo de uma injustiça. Vamos recorrer e provar que não houve abuso de poder. Isso é uma tentativa clara de silenciar a direita no Brasil”, declarou Zambelli em suas redes sociais.
A cassação de Carla Zambelli representa um duro golpe para o Partido Liberal, que perde uma de suas principais figuras na Câmara. Aliada do ex-presidente Jair Bolsonaro, a deputada se destacou nos últimos anos por sua atuação combativa nas redes sociais e no Congresso Nacional.
A decisão do TRE-SP também pode influenciar outros processos que envolvem políticos bolsonaristas, aumentando a pressão sobre o ex-presidente e seus aliados. Nos bastidores, parlamentares do PL já discutem estratégias para tentar reverter a decisão e minimizar o impacto da perda de Zambelli no cenário político.
Agora, a deputada deve aguardar o julgamento do recurso no TSE, que pode confirmar ou reverter a decisão do tribunal paulista. Até lá, a política conservadora segue no centro das atenções, dividindo opiniões entre apoiadores e críticos.



