Três milicianos foram presos, na manhã desta segunda-feira, suspeitos de participar de uma chacina, em Maricá, na Região Metropolitana do Rio.
Cinco jovens, que faziam parte de um grupo de dança, foram mortos no Conjunto Residencial Carlos Marighella, no dia 25 de abril. Apontado como o autor dos disparos, João Paulo Firmino está entre os presos.
Os três suspeitos foram encontrados em Itaipuaçu, distrito de Maricá. Com Firmino, os policiais da Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo apreenderam uma pistola de calibre 380, o mesmo utilizado no crime. Os outros presos foram identificados como Flavio Ferreira Martins, conhecido como Bimbinha, e Jefferson Moraes Ramos. Os agentes apreenderam dinheiro, carros, motos e armas com o trio. A delegacia tenta identificar quem foram os mandantes do crime. Segundo as investigações, Firmino teve autorização do mandante da chacina para matar dois jovens, mas acabou executando outros três porque estavam juntos dos alvos.
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De acordo com o Ministério Público do Rio (MP-RJ), a descrição detalhada de Firmino foi feita por uma testemunha que relatou que, ao ouvir os tiros, foi até a janela e viu o executor. Disse ainda que o assassino, antes de entrar no veículo que conduzia, gritou: “Entra todo mundo, pois aqui é a milícia. Vou acabar com a bagunça do condomínio”.
O órgão destacou que Firmino também foi reconhecido por outras pessoas presenciaram o crime. Segundo as investigações, há ainda outras testemunhas que teriam condições de reconhecer o autor do crime, mas temem represália por parte da milícia.
Firmino, assim como apontam as investigações da Polícia Civil, é um dos chefes da milícia local. Além disso, ele já vem sendo investigado em outros crimes. A polícia acredita que a morte dos rapazes está ligada a expansão do domínio territorial dos milicianos.
Na ação, os policiais também cumpriram dois mandados de busca e apreensão nas casas de dois PMs, que são investigados por participar da milícia do local. O inquérito que investiga esses dois policiais não está relacionado com a chacina de Maricá. Eles seriam envolvidos com serviço de agiotagem e possuem um grande patrimônio.
“Os PMs teriam envolvimento nesse grupo que seria responsável por alguns homicídios na área e milícia. Nos cinco homicídios está identificado um que foi o executor direto. Os outros são do grupo. Temos que descobrir quem foi o mandante desses crimes daqui”, disse a delegada-titular da DHNSGI, Bárbara Lomba.
A delegada pediu busca e apreensão em inquérito antigo envolvendo a milícia de Maricá. “Por isso que fomos aos endereços dos outros. As outras buscas e prisões têm a ver com o mapeamento do grupo que atua na área que estão em outros inquéritos da DH”, explicou Barbara.