A Polícia Civil do Rio de Janeiro avançou significativamente nas investigações sobre a morte do ex-policial militar Anderson Gonçalves de Oliveira, conhecido como Andinho, ocorrida em fevereiro de 2023. Três suspeitos foram indiciados pelo crime, que tem raízes profundas na disputa territorial entre milicianos e traficantes na Zona Oeste do Rio.
Francisco Glauber Costa de Oliveira, apelidado de Glauber e acusado de ser um dos mandantes do homicídio, já se encontra preso desde março. Os outros dois suspeitos, Juan Breno Malta Ramos Rodrigues, conhecido como BMW, e Leonardo de Araújo Alves da Silva, apelidado de Fielzin, apontados como autores diretos do crime, estão foragidos.
Andinho, que respondia a um processo de exclusão na Polícia Militar por integrar uma milícia na Comunidade do Tirol, Freguesia, foi solto em outubro de 2022 após ser preso e condenado. Após sua liberdade, aliou-se ao miliciano Playboy da Curicica, ingressando na violenta disputa com traficantes do Complexo da Penha e da Cidade de Deus pelo controle da Comunidade da Gardênia Azul.
A região da Gardênia Azul, anteriormente sob domínio de milicianos, passou para as mãos do tráfico após uma aliança com o Comando Vermelho, desencadeando intensos confrontos armados e diversas mortes. Um dos líderes criminosos dessa disputa era Philip Motta Pereira, vulgo Lesk ou CR7, integrante da “Equipe Sombra”, que chegou a ameaçar Andinho de morte.
O ex-PM foi brutalmente assassinado no dia 11 de fevereiro deste ano, em um condomínio no Anil. Imagens chocantes mostram os assassinos gravando o ataque antes de correrem para o prédio e atirarem contra a vítima. Após o crime, os criminosos retornam ao carro e interrompem a gravação.
Lesk não foi indiciado, pois foi encontrado morto no porta-malas de um carro na Gardênia Azul em outubro deste ano, após liderar a execução equivocada de três médicos na Barra da Tijuca. Outro investigado, Raphael Ferreira Marçal, vulgo Careca, também não foi indiciado devido à sua morte.
A Delegacia de Homicídios da Capital continua as buscas pelos foragidos BMW e Fielzin, contando com o apoio do Disque Denúncia. Este caso ilustra a complexa teia de violência e disputas de poder que assolam algumas regiões do Rio de Janeiro, deixando um rastro de morte e injustiça.