Em mais uma declaração polêmica, o ex-presidente e atual candidato à presidência dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que pretende endurecer drasticamente as medidas contra manifestantes contrários ao governo, caso vença as eleições de 2024. Segundo Trump, imigrantes envolvidos em protestos serão presos e deportados “permanentemente” para seus países de origem. Já estudantes americanos que participarem de manifestações poderão ser expulsos de suas universidades e, dependendo do ato cometido, até mesmo encarcerados.
A fala explosiva aconteceu durante um comício no último final de semana, quando Trump adotou um tom belicoso ao se referir aos chamados “agitadores profissionais” que, segundo ele, atuam para enfraquecer o governo e semear o caos nas ruas. “Se forem imigrantes, eles serão mandados de volta para casa, para nunca mais retornarem aos Estados Unidos. E se forem estudantes americanos, serão expulsos para sempre das universidades ou até mesmo presos, dependendo do crime cometido”, declarou Trump sob aplausos de seus apoiadores.
A proposta acendeu um alerta em grupos de defesa de direitos humanos e organizações internacionais, que enxergam na declaração uma ameaça direta à liberdade de expressão e ao direito de protesto, garantidos pela Constituição americana. Segundo especialistas, deportar imigrantes com base em sua participação em manifestações políticas seria uma violação direta da Primeira Emenda, que protege a liberdade de expressão e de reunião pacífica.
Clima de perseguição
O discurso de Trump não é isolado. Desde o início de sua nova campanha, o republicano tem intensificado as críticas contra manifestantes que ele classifica como “anarquistas de esquerda” e “terroristas domésticos”. Em suas palavras, esses grupos estariam agindo em coordenação com forças externas para desestabilizar o governo americano. Para Trump, a resposta precisa ser “forte e implacável”.
Durante seu primeiro mandato, entre 2017 e 2021, Trump já havia endurecido as políticas de imigração e reprimido violentamente protestos como os do movimento Black Lives Matter. Agora, porém, suas promessas vão além, colocando diretamente a deportação e a prisão como punições exemplares para qualquer ato considerado “subversivo”.
Reações imediatas
A repercussão internacional foi imediata. Grupos como a Anistia Internacional classificaram as falas como “inaceitáveis” e alertaram para o risco de perseguições políticas em massa. Líderes democratas acusaram Trump de querer transformar os Estados Unidos em um “Estado policial”.
Por outro lado, setores mais conservadores e parte da base republicana celebraram as declarações, argumentando que é necessário endurecer as leis para evitar que os Estados Unidos se tornem um “território sem ordem”.
Com a eleição se aproximando, a postura radical de Trump indica que sua campanha pretende se apoiar fortemente no discurso de lei e ordem, mesmo que isso signifique pisotear direitos fundamentais.