A 42ª DP (Recreio) está investigando uma denúncia de tentativa de sequestro de uma criança de 2 anos em um supermercado no Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste do Rio. O caso teria ocorrido no início da tarde desta quarta-feira e foi relatado pelo blog ‘Mães do Brasil’ e confirmado ao EXTRA. O delegado Rodrigo Sá, responsável pela investigação, diz que este foi o único caso do tipo registrado na delegacia. Ele alerta para o cuidado com informações falsas divulgadas na internet e pede que caso haja outras vítimas, elas se dirijam à polícia.
A produtora executiva Gabrielle Malhardes, de 36 anos, foi quem registrou a queixa, nesta quinta-feira. Ela conta que estava com a filha de 2 anos de idade e a mãe em um supermercado localizado na Avenida das Américas, no Recreio, quando uma mulher se aproximou da criança com intenção de retirá-la do carrinho. Gabrielle diz que impediu que a desconhecida pegasse a filha e denunciou a um funcionário do estabelecimento, que viu a suposta sequestradora, mas não chegou a abordá-la.
— Minha filha estava no carrinho comigo ao lado, olhando a prateleira. Acho que por eu ser loira e minha filha morena, ela deve ter pensando que eu não era a mãe. Ela se aproximou da criança dizendo ‘oi, princesa’ com gesto de pegá-la no colo, e eu imediatamente tive a reação de colocar o braço na frente para impedir — contou Gabrielle ao EXTRA.
Ela relatou ainda que a mulher se afastou, mas continuava olhando para elas. A desconhecida foi vista, em seguida, acompanhada de um homem falando com duas mulheres em outro corredor do supermercado. O grupo, que tinha um carrinho de compras, permaneceu no estabelecimento após Gabrielle ir embora.
— Fiquei bem mexida e insegura com essa situação e decidi denunciar — explica a produtora executiva.
A 42ª DP está investigando o caso, mas ainda apura se de fato se trataria de uma tentativa de sequestro. O delegado que recebeu a queixa, Rodrigo Sá, explicou que assim que Gabrielle registrou a ocorrência, nesta quinta, mandou uma equipe até o supermercado para pedir as filmagens e intimou o funcionário que atendeu a mãe após o ocorrido para depor. Nesta sexta-feira, Gabrielle esteve novamente na delegacia para contar mais detalhes e foi encaminhada para um especialista que fará o retrato falado da suspeita e do homem que estava com ela.
— Temos que ter muito cuidado, principalmente nesses tempos de notícias falsas em redes sociais. Mas temos que acreditar na vítima. Se ela veio na delegacia para fazer o registro, temos que dar credibilidade para ela e fazer nosso trabalho, que é investigar — explica o delegado.
ÁUDIO NARRA CASO PARECIDO EM OUTRO SUPERMERCADO
O delegado nega ter recebido outras queixas do tipo e disse que ainda não há qualquer investigação relacionada a supostas quadrilhas de sequestradores que atuem na região. Rodrigo Sá tomou conhecimento de um áudio compartilhado via Whatsapp em que uma mãe narra um caso parecido que teria ocorrido em outra rede de supermercado, também no Recreio. O delegado alerta para que as pessoas tomem cuidado com informações compartilhadas nas redes sociais que não citam datas ou mais detalhes.
Na gravação, uma mulher que se identifica como Roberta conta que uma desconhecida chegou a retirar o filho dela, de nome Arthur, do carrinho do supermercado enquanto ela fazia compras no estabelecimento. Rodrigo Sá disse que tentou localizar a autora do áudio e enviou uma equipe ao supermercado para apurar se os funcionários do local tomaram conhecimento do caso, mas ninguém recebeu qualquer reclamação ou alerta neste sentido.
“Fiquei sabendo que está rolando essa quadrilha (de sequestradores) e eles agem muito rápido”, alerta a autora na gravação, que completa: “Eu fiquei muito chocada, até hoje estou meio traumatizada”.
— Estamos cientes desta gravação, mas não houve nenhum registro na delegacia. Mesmo asism mandei uma equipe averiguar e os funcionários do local disseram que não foram procurados por ninguém. Tentamos checar quem era essa denunciante e não conseguimos, porque o negócio se perde quando compartilhado nas redes sociais. Pode ser que seja verdade, mas eu precisava que essa pessoa viesse na delegacia — diz Sá.