A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) voltou a interditar, de forma cautelar, uma linha de creme dental da Colgate após o registro de reações adversas em consumidores. A medida foi tomada após a agência receber oito notificações, envolvendo 13 eventos adversos relacionados ao uso da pasta de dente Colgate Total 12 Clean Mint.
Entre os relatos mais preocupantes está o da consumidora Denise Correia, que afirmou ter sentido algo incomum logo no primeiro uso do produto. “Percebi que a Clean Mint estava mais forte do que o normal, senti um ardor esquisito”, contou. Segundo Denise, cinco dias depois do primeiro uso, começaram a surgir sinais de vermelhidão, inchaço e até queimaduras na mucosa bucal. “Foi desesperador. Nunca imaginei que uma pasta de dente pudesse causar isso”, relatou.
A Anvisa informa que os relatos, embora ainda em investigação, são suficientemente graves para justificar a suspensão temporária da comercialização e distribuição do lote em questão. A medida é preventiva e visa proteger a saúde da população até que as causas dos efeitos adversos sejam completamente esclarecidas.
De acordo com especialistas, reações adversas a produtos de higiene bucal não são comuns, mas podem ocorrer, especialmente se há alguma alteração na fórmula ou uso inadequado. No entanto, no caso da Colgate Total 12 Clean Mint, os consumidores relatam que seguiram corretamente as instruções de uso.
A Colgate-Palmolive, fabricante do produto, divulgou nota oficial afirmando estar colaborando com as autoridades sanitárias e investigando os lotes mencionados. “A segurança e o bem-estar dos nossos consumidores são prioridade. Estamos conduzindo análises rigorosas e reforçamos nosso compromisso com a qualidade dos nossos produtos”, afirmou a empresa.
Enquanto isso, a Anvisa recomenda que os consumidores interrompam imediatamente o uso do produto caso apresentem qualquer sintoma incomum, como ardência, inchaço ou vermelhidão na boca, e procurem orientação médica. Também orienta que qualquer caso suspeito seja comunicado por meio do sistema oficial de notificação da agência.
A suspensão do produto reacende o debate sobre a fiscalização de produtos de higiene pessoal no país. Para muitos especialistas, é preciso maior rigor nos testes e na análise de formulações antes da liberação para o mercado, especialmente de marcas amplamente distribuídas e consumidas pela população.
Embora ainda não haja confirmação oficial de que o problema esteja relacionado a uma mudança na fórmula, o caso serve como alerta. O consumidor deve sempre estar atento a qualquer alteração nos produtos que utiliza no dia a dia e não hesitar em buscar ajuda diante de sintomas inesperados.
A investigação segue em curso, e novos desdobramentos são esperados nos próximos dias. Até lá, é recomendado cautela no uso da pasta interdida.