A tragédia envolvendo o jovem Adalberto de Almeida Machado, de apenas 17 anos, continua comovendo a comunidade escolar da Zona Oeste do Rio de Janeiro. Adalberto, que era autista e vinha sofrendo bullying por parte de colegas, tirou a própria vida ao se jogar da caixa d’água da escola vizinha, a EDI Alfredo Fernando Vaz, localizada no bairro Jardim Maravilha, em Guaratiba.
Na tarde desta quinta-feira (26), a Escola Municipal Tatiana Chagas Memória, onde Adalberto estudava até pouco tempo, se pronunciou oficialmente sobre o caso. Em um comunicado emocionado publicado nas redes sociais e enviado aos responsáveis, a escola expressou profunda dor e solidariedade:
“Com o coração partido, informamos o falecimento do nosso ex-aluno ADALBERTO DE ALMEIDA MACHADO. Um jovem de apenas 17 anos, que se jogou da caixa d’água da escola ao lado da nossa (EDI ALFREDO FERNANDO VAZ).”
A nota ainda informou que, em respeito ao luto e ao impacto emocional entre alunos e professores, as aulas presenciais estão suspensas nesta sexta-feira (27). No entanto, a unidade manterá o atendimento remoto aos alunos.
“Em luto, nós da EM TATIANA CHAGAS MEMÓRIA comunicamos que amanhã, dia 27/06 (sexta-feira), não haverá aula presencial, apenas atendimento remoto aos alunos.”
O comunicado termina com uma mensagem de condolências e respeito à dor da família e amigos:
“Nesse momento de tristeza, prestamos condolências à família e amigos do Adalberto e desejamos que ele descanse em paz!”
A morte de Adalberto trouxe à tona discussões urgentes sobre o bullying, especialmente contra estudantes neurodivergentes. Segundo relatos, o jovem sofria constantes humilhações por parte de colegas. No momento do ato trágico, vídeos mostram outros adolescentes incentivando Adalberto a pular, atitude que revoltou a população e gerou pedidos de justiça nas redes sociais.
Moradores, pais de alunos e profissionais da educação exigem uma apuração rigorosa dos fatos. Entidades ligadas à causa do autismo também estão se mobilizando para que o caso não caia no esquecimento e para que medidas efetivas de combate ao bullying sejam implementadas em todas as unidades escolares da rede.
Enquanto isso, a comunidade escolar, abalada e de luto, tenta encontrar formas de lidar com o vazio deixado pela perda precoce de um jovem que, apesar dos desafios, buscava seu espaço em um mundo que pouco o compreendia.
A expectativa é que o velório e o enterro de Adalberto ocorram ainda nesta sexta-feira, com apoio de familiares, amigos e colegas que agora lutam por sua memória — e por justiça.