Em uma decisão inédita e histórica, a Marinha do Brasil expulsou o suboficial da reserva Marco Antônio Braga Caldas, condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 14 anos de prisão por participação nos atos golpistas ocorridos em 8 de janeiro de 2023, em Brasília.
Caldas é o primeiro militar a ser formalmente excluído das Forças Armadas por envolvimento nos atos antidemocráticos que marcaram a invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, em um dos episódios mais graves da história recente do Brasil. A decisão de sua exclusão foi tomada por um Conselho de Disciplina da Marinha, que concluiu que o suboficial não reúne mais os requisitos necessários para permanecer na reserva remunerada da instituição.
Mesmo estando fora da ativa, a Marinha determinou sua exclusão a bem da disciplina, mecanismo previsto em regulamentações militares para preservar a imagem e os valores das Forças Armadas. Com a medida, Caldas perde benefícios associados à condição de militar, incluindo o direito à prisão especial.
Até o momento, Marco Antônio Caldas estava detido em um quartel da Marinha, em razão de sua condição de militar da reserva. No entanto, com a expulsão, ele deverá ser transferido para o sistema prisional comum, onde cumprirá o restante da pena imposta pelo STF. A perda da prisão especial representa uma mudança drástica nas condições de detenção do ex-suboficial.
A decisão repercute fortemente no meio militar e político, sendo vista como um sinal de endurecimento das instituições contra qualquer tipo de conivência com atos antidemocráticos. A exclusão de Caldas abre precedente para outros casos de militares que ainda respondem por envolvimento nos atos de 8 de janeiro, reforçando o compromisso das Forças Armadas com o Estado Democrático de Direito.
O caso marca um novo capítulo nas consequências judiciais e institucionais dos eventos que abalaram o país em 2023.