A jovem de 15 anos, namorada virtual do adolescente que assassinou os pais e o irmão em Itaperuna (RJ), foi apreendida nesta segunda-feira (30) pela Polícia Civil do Mato Grosso, em Água Boa. A ação ocorreu a pedido da Polícia Civil do Rio de Janeiro e foi confirmada pelo delegado Carlos Augusto Guimarães, titular da 143ª DP de Itaperuna.
A adolescente, segundo as investigações, mantinha um relacionamento virtual com o autor do crime, um menino de 14 anos, desde os oito. Nos últimos doze meses, o vínculo teria se tornado mais intenso e sério. A informação foi confirmada pelas principais fontes jornalísticas do país, incluindo a CNN Brasil e o UOL.
De acordo com o delegado e com as mensagens obtidas no celular do menor, a jovem teve participação direta na tragédia. Conversas mantidas entre os dois nas horas que antecederam o crime — ocorrido em 21 de junho — mostram que ela teria incentivado os assassinatos e dado orientações específicas sobre como agir após os homicídios. Entre as sugestões, estava o uso de luvas para evitar deixar vestígios.
A promotoria agora investiga se a adolescente agiu apenas como cúmplice na ocultação dos corpos ou se participou ativamente do planejamento dos crimes. Apesar de não estar fisicamente presente em Itaperuna, o conteúdo das conversas aponta para possível coautoria intelectual.
A apreensão da jovem gerou grande repercussão nacional e levantou alertas sobre o impacto das redes sociais em relacionamentos entre adolescentes. Especialistas apontam que o caso pode ter elementos de manipulação emocional e até de influência criminosa exercida à distância.
A menor segue sob custódia das autoridades do Mato Grosso e, após os trâmites legais, será encaminhada ao sistema socioeducativo. O processo corre em sigilo, como determina o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), mas a Polícia Civil do Rio de Janeiro afirmou que continuará as investigações com rigor.
O caso segue mobilizando o país, tanto pela brutalidade dos assassinatos quanto pelo envolvimento de dois menores em um crime premeditado e impactante. As autoridades esperam concluir em breve a análise de celulares, mensagens e outros elementos que possam esclarecer o grau de responsabilidade da garota na tragédia familiar.