O pastor Silas Malafaia, um dos líderes evangélicos mais influentes e polêmicos do Brasil, está oficialmente na mira da Polícia Federal (PF). Ele foi incluído no mesmo inquérito que investiga o ex-presidente Jair Bolsonaro, o deputado federal Eduardo Bolsonaro e o comentarista Paulo Figueiredo. A apuração, aberta em maio deste ano, busca esclarecer possíveis ações contra autoridades brasileiras, o Supremo Tribunal Federal (STF), agentes públicos e até supostas tentativas de obter sanções internacionais contra o país.
De acordo com informações obtidas por fontes próximas à investigação, a inclusão do pastor no inquérito foi determinada após a análise de declarações públicas, postagens e possíveis articulações realizadas em conjunto com figuras políticas e influenciadores alinhados ao ex-presidente. A PF investiga se houve um esforço coordenado para descredibilizar instituições brasileiras, especialmente o STF, e para pressionar governos estrangeiros a adotar medidas contra o Brasil.
Silas Malafaia, conhecido por seu discurso inflamado e por defender pautas conservadoras, tem sido uma das vozes mais ativas na arena política, especialmente durante e após o governo Bolsonaro. Ele já foi protagonista de diversas polêmicas envolvendo críticas severas a ministros do STF e a integrantes do atual governo federal.
O inquérito foi instaurado a partir de representações encaminhadas por autoridades que apontaram indícios de campanhas organizadas contra instituições democráticas. A investigação também avalia se os investigados podem ter infringido leis relacionadas à segurança nacional e à soberania do país.
Apesar da gravidade das acusações, Malafaia negou qualquer envolvimento em atividades ilícitas. Em manifestações recentes, ele afirmou que não teme a investigação e que continuará expressando suas opiniões, alegando que se trata de “perseguição política e religiosa”.
No núcleo da apuração, a Polícia Federal analisa comunicações, registros de reuniões e postagens em redes sociais para identificar conexões e eventuais evidências de coordenação entre os investigados. Ainda não há previsão para a conclusão do inquérito, mas fontes indicam que novas oitivas e quebras de sigilo podem ser autorizadas pelo Supremo Tribunal Federal, responsável por supervisionar o caso.
A inclusão do pastor Silas Malafaia nesse inquérito amplia o alcance das investigações e reforça o peso político e social do caso, já que ele possui milhões de seguidores e grande influência sobre o público evangélico. Caso sejam comprovadas ações coordenadas e ilegais, os envolvidos poderão enfrentar sérias consequências jurídicas.
O cenário promete intensificar o debate político e religioso no Brasil, com repercussões que devem se estender até as próximas eleições.