Pela primeira vez na história do Brasil, um traficante de drogas pode ser indiciado por terrorismo. A Polícia Federal (PF) abriu uma investigação contra Álvaro Malaquias Santa Rosa, conhecido como “Peixão”, apontado como líder do Terceiro Comando Puro (TCP), uma das principais facções criminosas do Rio de Janeiro.
A ação da PF busca enquadrar Peixão e sua organização no crime de terrorismo, uma medida inédita que pode mudar o cenário do combate ao crime organizado no país. O líder do TCP já é alvo de diversas investigações relacionadas ao tráfico de drogas, homicídios e ataques contra forças de segurança. Agora, com essa nova linha de apuração, a expectativa é que sua influência criminosa seja combatida com ainda mais rigor.
O TCP tem sido apontado como responsável por uma escalada da violência no Rio de Janeiro, incluindo ataques coordenados contra bases policiais, incêndios em ônibus e até atentados contra civis. A facção é conhecida por sua atuação violenta e por disputar territórios com outras organizações criminosas, como o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC).
A possibilidade de enquadramento de Peixão por terrorismo se baseia na Lei Antiterrorismo (Lei nº 13.260/2016), que define como terrorismo atos praticados com o objetivo de intimidar a população ou coagir autoridades públicas. Segundo fontes da investigação, os ataques promovidos pelo TCP podem se enquadrar nesses critérios, especialmente diante da escalada da violência em comunidades dominadas pela facção.
Especialistas afirmam que essa decisão pode abrir precedentes importantes para o combate ao crime organizado no Brasil. Até hoje, facções criminosas eram enquadradas apenas em crimes como tráfico de drogas, associação criminosa e porte ilegal de armas. A tipificação como terrorismo pode trazer penas mais severas e endurecer ainda mais o combate ao poder paralelo exercido por essas organizações.
A Polícia Federal trabalha em conjunto com o Ministério da Justiça e outras forças de segurança para levantar provas e aprofundar as investigações. Caso a denúncia avance, Peixão poderá ser o primeiro traficante a enfrentar a Justiça sob a acusação de terrorismo, o que poderia torná-lo alvo de sanções ainda mais rígidas.
A investigação segue em sigilo, mas fontes indicam que novas operações podem ser deflagradas a qualquer momento para capturar integrantes da facção e impedir novos ataques. A decisão da PF pode representar um marco na luta contra o crime organizado no Brasil, trazendo um novo nível de enfrentamento às facções que desafiam o poder público diariamente.
 
			 
			


