A Polícia Civil do Rio de Janeiro deflagrou mais uma operação de impacto contra a facção criminosa Comando Vermelho (CV), desta vez mirando um sofisticado esquema de lavagem de dinheiro. O alvo principal foi uma fazenda avaliada em R$ 5 milhões, localizada em Resende, no interior do estado. O local, segundo as investigações, funcionava como fachada para a ocultação de bens e movimentações financeiras ilegais ligadas ao crime organizado.
Durante a ação, os agentes apreenderam um verdadeiro arsenal de luxo: armas de fogo, joias, veículos de alto padrão, além de animais exóticos e cavalos de raça, típicos de propriedades milionárias. A fazenda seria controlada por Jonathan Ianovich, apontado como um empresário de fachada que estaria lavando dinheiro para o CV.
A operação é um desdobramento de uma investigação anterior que revelou uma mansão avaliada em R$ 25 milhões na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. O imóvel contava com uma estrutura impressionante: além de armas e grandes quantias em dinheiro, havia até uma boate privativa. Tudo isso reforça o padrão de vida elevado que o grupo criminoso tentava manter longe dos olhos da Justiça — até agora.
Segundo a polícia, Ianovich tem ligações diretas com Eduardo Bazzana, um empresário do ramo de armamentos em São Paulo, dono de um clube de tiros. Bazzana foi preso recentemente, acusado de comercializar armas de forma ilegal. Em apenas um mês, ele teria movimentado R$ 1,6 milhão com a venda de munições e armamentos, repassando parte desse arsenal ao Comando Vermelho.
Os repasses, conforme a investigação, eram feitos por meio de Josias Bezerra Menezes, conhecido no meio criminoso como “Oclinho”, que atuava como intermediário entre os vendedores e a facção. Com isso, os criminosos conseguiam abastecer seus arsenais enquanto disfarçavam o dinheiro sujo em investimentos de alto padrão.
A operação representa mais um passo das autoridades fluminenses no combate às finanças do crime organizado, atingindo diretamente o poder econômico de seus integrantes. As investigações seguem em curso e novas ações não estão descartadas nos próximos dias.
De acordo com fontes da Polícia Civil, o objetivo agora é identificar outros bens adquiridos com recursos ilícitos e aprofundar as conexões entre os envolvidos. A apreensão de patrimônios de luxo escancara o nível de sofisticação do esquema e revela que o combate ao crime vai muito além das comunidades: ele também passa por mansões, fazendas e cofres recheados de dinheiro sujo.