O laudo pericial sobre a morte de Ravel Yago, apontado como integrante do Comando Vermelho (CV), trouxe detalhes chocantes sobre o episódio que ganhou destaque após a megaoperação policial nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro. O documento confirma que o criminoso foi decapitado minutos depois de ser atingido por um tiro de fuzil, em meio ao confronto que deixou mais de uma centena de mortos.
Segundo o exame, o disparo — feito de baixo para cima — atravessou o corpo de Ravel, causando graves lesões internas e levando à perda rápida de sangue. A perícia aponta que a cabeça foi cortada com um facão enquanto o sangue ainda circulava, o que indica que o ferimento fatal ocorreu instantes antes da decapitação.
A Polícia Civil trabalha com a hipótese de que a decapitação tenha sido praticada por comparsas do próprio traficante, como forma de tentar incriminar os agentes de segurança e inflamar a narrativa de violência policial. A suspeita é reforçada por relatos de que Ravel estaria na linha de frente da facção durante o confronto.
Investigadores também destacam que, no momento da ação, o tiroteio era intenso e dificultava a identificação dos atiradores. O corpo foi encontrado em uma área dominada pelo tráfico, o que aumenta a possibilidade de que o ato tenha sido cometido pelos próprios aliados do criminoso.
A Delegacia de Homicídios da Capital segue investigando o caso para determinar responsabilidades e confirmar se o crime teve motivação estratégica, como tentativa de manipular a opinião pública sobre as operações nas comunidades dominadas pelo tráfico.



