Em uma decisão considerada histórica por muitos defensores dos direitos das mulheres, o Senado Federal aprovou nesta quarta-feira (data fictícia) um projeto de lei que autoriza o porte de arma de fogo para mulheres que possuem medida protetiva por serem vítimas de violência doméstica.
A proposta, que agora segue para a análise da Câmara dos Deputados, visa garantir que mulheres em situação de risco tenham mais um meio de defesa contra possíveis agressores. Segundo o texto aprovado, o porte será concedido em caráter excepcional, após avaliação das autoridades competentes, e mediante cumprimento de requisitos técnicos e psicológicos exigidos pela legislação.
A medida gerou intensos debates entre os senadores. Parlamentares favoráveis destacaram que, em muitos casos, as medidas protetivas não são suficientes para impedir novas agressões e feminicídios. “Estamos dando às mulheres o direito de se protegerem de verdade, principalmente quando o Estado não consegue garantir sua segurança”, afirmou um dos autores do projeto.
Já os críticos argumentam que a medida pode aumentar o risco de tragédias e que o foco deveria estar em políticas de prevenção, proteção e acolhimento. Ainda assim, o projeto foi aprovado com ampla maioria.
Organizações de apoio às mulheres estão divididas quanto ao tema. Algumas comemoram a decisão como uma vitória da autonomia e da autodefesa feminina, enquanto outras pedem cautela e reforçam a necessidade de ampliar investimentos em segurança pública e educação.
O projeto segue agora para votação na Câmara dos Deputados e, se aprovado, poderá ser sancionado pelo Presidente da República. Caso isso ocorra, o Brasil terá uma das legislações mais avançadas – e também mais polêmicas – no que diz respeito à proteção armada das mulheres vítimas de violência.