O Senado Federal rejeitou, em votação histórica realizada nesta quarta-feira (24), a chamada PEC da Blindagem, que ficou conhecida popularmente como “PEC da Bandidagem”. A proposta buscava ampliar a imunidade parlamentar e dificultar a responsabilização de políticos em casos de crimes comuns, o que gerou forte reação da sociedade civil, juristas e entidades de combate à corrupção.
A medida vinha sendo debatida desde o início do ano, mas enfrentava grande resistência tanto dentro do Congresso quanto fora dele. Movimentos sociais, associações de magistrados e o Ministério Público Federal alertaram que a aprovação abriria espaço para a impunidade, criando um verdadeiro escudo legal para parlamentares envolvidos em escândalos.
Durante a sessão, senadores contrários à proposta classificaram a PEC como um retrocesso para a democracia e um atentado contra os princípios da moralidade pública. O presidente do Senado destacou que a rejeição representa “um recado claro de que a Casa não pode legislar em causa própria, tampouco enfraquecer os mecanismos de combate à corrupção”.
Do lado de fora, manifestações populares ocorreram em várias capitais do país, com faixas, cartazes e palavras de ordem pedindo o fim da proposta. Nas redes sociais, a hashtag #PECdaBandidagemNão figurou entre os assuntos mais comentados do dia, reforçando a pressão popular.
Com a decisão, a PEC da Blindagem está oficialmente arquivada e não poderá ser reapresentada nesta legislatura, salvo se houver mudança significativa no texto. A derrota da proposta é considerada uma vitória da sociedade e um marco contra tentativas de retroceder em pautas relacionadas à ética e transparência.
A rejeição encerra um dos capítulos mais polêmicos do Congresso nos últimos anos e reafirma a força da mobilização popular contra medidas vistas como benéficas apenas para políticos em detrimento da população.