A guerra pelo controle do tráfico de drogas na Zona Oeste do Rio de Janeiro continua em ritmo acelerado. Na noite desta quarta-feira, a comunidade Dois Irmãos, localizada no bairro de Curicica, foi tomada pelo Comando Vermelho (CV) sem encontrar resistência. O avanço da facção criminosa contou com o apoio de um homem de confiança do traficante Doca, conhecido como “Boto”.
Segundo informações de fontes locais, a migração do CV para áreas que antes pertenciam à milícia da Curicica já vinha sendo planejada há algum tempo. A facção expandiu sua influência para as comunidades da Colônia, Cesar Maia e Terreirão, territórios que antes estavam sob o domínio miliciano. A ofensiva ganhou força na semana passada, quando o CV atacou a Vila Sapê, e agora, o novo alvo foi a comunidade Dois Irmãos.
Expansão e Conflitos à Vista
O crescimento do Comando Vermelho na região ameaça diretamente os interesses da milícia, que tradicionalmente exercia um domínio firme sobre Curicica e arredores. Com a ajuda de “Boto”, que teria facilitado a entrada do CV em Dois Irmãos, a facção criminosa está consolidando seu domínio e pode estar planejando novos ataques para ampliar ainda mais seu território.
Esse avanço coloca em risco a estrutura da milícia na Zona Oeste, especialmente em Rio das Pedras, um dos seus redutos mais importantes. Caso o CV continue a avançar, a milícia pode acabar isolada em Jacarepaguá, perdendo o controle de áreas estratégicas. Para evitar esse cenário, a alta cúpula da milícia de Rio das Pedras, conhecida pela sigla “RP”, pode precisar reagir rapidamente para evitar um cerco total da facção rival.
O Futuro da Guerra pelo Domínio Territorial
Especialistas em segurança pública alertam que a disputa entre facções e milícias tem gerado uma escalada da violência na Zona Oeste. O avanço do CV sobre territórios antes controlados pela milícia pode desencadear uma série de confrontos armados, afetando diretamente os moradores da região.
A situação também representa um desafio para as forças de segurança do estado. O poder paralelo exercido por facções criminosas e grupos paramilitares dificulta o controle estatal, tornando as comunidades reféns da guerra pelo tráfico.
Moradores das áreas afetadas relatam um clima de tensão e medo, temendo represálias e novos confrontos. A ausência de uma resposta firme das autoridades pode significar um período prolongado de instabilidade e violência na região.
Com o Comando Vermelho ganhando espaço e a milícia precisando reagir para manter sua influência, a Zona Oeste do Rio de Janeiro pode estar prestes a enfrentar uma nova onda de conflitos. O desfecho dessa guerra territorial ainda é incerto, mas uma coisa é clara: a disputa pelo poder entre facções criminosas e milicianos está longe de acabar.